John Elkington, pai da sustentabilidade: progredimos, mas não o suficiente
Pai da sustentabilidade discursou no evento SDGs in Brazil, promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil, na sede da ONU em Nova York
Repórter de ESG
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 16h49.
Última atualização em 19 de setembro de 2023 às 11h45.
De Nova York*
Em meados dos anos 1990, John Elkington, considerado o "pai da sustentabilidade", cunhou o termo triple bottom line para explicar o tripé da sustentabilidade baseado em aspectos sociais, ambientais e financeiros. O que ele não imaginava é que parte das empresas apenas cumpriria uma espécie de "check list" sem considerar os resultados de longo prazo.
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"Penso que fizemos progresso a partir dos conceitos, mas ainda não é o suficiente. A boa notícia é que agenda vem crescendo, se tornando política e inescapável", disse em painel no evento SDGs in Brazil, promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil , na sede da ONU em Nova York.
Ainda no vies positivo, há o crescimento dos cargos de sustentabilidade nas empresas e a quantidade de companhias que estão sendo certificadas no Sistema B ao terem ummodelo de negócio focado no desenvolvimento social e ambiental. "Alguns de vocês mencionaram a Natura &Co aqui no evento. A companhia acabou de relançar sua visão 2030 propondo a aceleração das pautas ESG e isto é muito bom para indicar aos diferentes setores que é possível ser lucrativa e sustentável mesmo em cenários desafiadores e de alta inflação".
Para Elkington, o mercado financeiro não está ainda entendendo os riscos da falta de comprometimento com a sustentabilidade. "O que importa para os executivos se a Flórida ficar embaixo d’água em cem anos? As pessoas com dinheiro não estão pensando nisto propriamente. Mas os jovens estão olhando para os sinais de alerta e esperam mais das organizações".
Mudanças no mundo
O desafio é atuar em cenário de diferentes crises, como aponta o Fórum Econômico Mundial. "Ao mesmo tempo que temos guerras, há um cenário de descarbonização e outras pautas de evolução. Eu trabalhei com a Ford dos Estados Unidos no começo dos anos 2000, por exemplo, e lembro de começarmos a falar de Tesla e carros elétricos, e agora vejam onde estamos!".
Os Emirados Árabes Unidos também foram um exemplo de Elkington. "Em um mundo no qual o uso dos combustíveis fósseis estão sendo questionados, a população e as companhias da região estão atentas. É por isto também que há uma questão política, considerando especialmente o poder que o setor tem na COP deste ano". [O presidente da COP28 é o sultãoAhmed al-Jaber, CEO da Abu Dhabi National Oil Company].Sobre o Brasil, o estudioso falou das chances de crescimento. "Acredito na expansão do país de forma sustentável. Se isto não acontecer, há um risco para a região e para o mundo".
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