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Instituto Heineken celebra dois anos com ampliação das ações para catadores e ambulantes

Empresa destinou por volta de R$ 20 milhões para projeto que propõe condições melhores para trabalhadores da cadeia de produção e jovens em vulnerabilidade socioeconômica

Ação com catadores de materiais recicláveis durante o Carnaval de 2024, no bloco Baixo Augusta, em São Paulo (Júlia Nagle/Heineken/Divulgação)

Ação com catadores de materiais recicláveis durante o Carnaval de 2024, no bloco Baixo Augusta, em São Paulo (Júlia Nagle/Heineken/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 17 de abril de 2024 às 16h13.

Última atualização em 24 de abril de 2024 às 09h49.

O Instituto Heineken, braço social da fabricante de bebidas, completa dois anos neste mês. Com foco em ações para vendedores ambulantes, catadores de recicláveis e jovens em vulnerabilidade social, a empresa já impactou 10.000 pessoas com investimentos anuais de 10 milhões de reais.

O Instituto surgiu da necessidade de aprofundar a atuação de ESG da companhia, que já tinha práticas ambientais e de sustentabilidade, mas buscava um olhar mais segmentado para a área social. Um estudo foi realizado para entender quais os públicos ligados à cadeia do Grupo Heineken estavam em maior vulnerabilidade e apontou para os trabalhadores informais do setor de bebidas e os consumidores jovens.

A condição de trabalho dos ambulantes foi um alerta para a empresa, aponta a gerente executiva do Instituto, Vânia Guil. “Encontramos dois perfis muito particulares e complexos entre esses vendedores. Um é por necessidade, porque se não vender a cerveja no almoço não consegue garantir o jantar naquele dia, e o outro é por complemento da renda. Entre as similaridades, os dois são extremamente informais e lidam com a falta de condições dignas de trabalho”, afirma.

Uma das ações iniciadas foi o programa Esse Verão é Meu, que conecta ambulantes a canais de venda com valores diferenciados e propõe condições mais dignas de emprego e desenvolvimento profissional.

Por meio de uma plataforma digital, os vendedores podem fazer cursos de finanças e técnicas de vendas, além de juntar pontos para converter em prêmios — de cestas básicas à eletrodomésticos. O programa dura o ano todo e é realizado em Salvador, onde atende uma média de 500 ambulantes anuais.

O Instituto também age durante eventos ao longo do ano, como Carnaval, Réveillon e outras datas festivas, oferecendo treinamentos presenciais para os ambulantes sobre técnicas de trabalho e distribuindo cestas básicas e kits de higiene. “São ações simples, mas que têm um impacto muito grande no imediato para aquele trabalhador”, conta.

Turma de vendedores ambulantes formada pelo programa Esse Verão é Meu, em Salvador, no último ano (Heineken/Divulgação)

Para os catadores, o Instituto leva em conta dois públicos: os autônomos, que trabalham diretamente nas ruas de forma mais individual (e consequenteme, mais vulnerável), e os pertencentes a cooperativas, que contam com mais estruturas de apoio.

Entre os autônomos, a ação busca mais condições para esse catador durante a realização de eventos. O Instituto oferece alimentação, cestas básicas e itens de higiene, além de propor um controle de horas trabalhadas. Já com as cooperativas, o empenho é para apoiar a estrutura dessas instituições, que, por sua vez, vão beneficiar os integrantes.

Com a Associação Nacional dos Catadores (ANCAT), a Heineken lançou o Hub da Cidadania, programa que coloca um trailer em locomoção por São Paulo, prestando atendimentos de forma gratuita em temas como renovação de documentos e políticas públicas assistenciais.

O Hub ajuda catadores a acessar ferramentas públicas, explica a gerente do Instituto. “Muitas vezes eles não conhecem essas políticas ou não sabem acessar por conta de toda a documentação necessária. Por isso, o programa conta com várias frentes, de psicologia a jurídico”, disse Guil. O projeto também conta com apoio da PUC-SP, que fornece os profissionais para os atendimentos psicológicos.

Além da ANCAT, a Heineken conta com o apoio das organizações Pimp My Carroça e Recicleiros, que lutam por direitos e políticas públicas para profissionais da coleta seletiva e reciclagem.

Guil explica que os dois públicos têm uma conexão com o negócio da fabricante, mas que por vezes não recebem o reconhecimento do serviço que é prestado. “Os ambulantes estão colocando os nossos produtos na mão dos consumidores nas ruas, festas, estádios e festivais. Mesmo assim são os mais vulneráveis e informais da cadeia”, conta.

Criar ações sociais para os catadores vai de acordo com as áreas sociais e ambientais da companhia, segundo Guil, uma vez que sua atividade também colabora com o modelo de reciclagem da empresa. “Temos dados de que 90% de tudo que é reciclável no Brasil passa pela mão dos catadores. Não dá para trabalhar a circularidade no Brasil sem assumir compromissos com essa população”, aponta. Desde 2022, o Instituto Heineken capacitou 5 mil catadores e 4,5 mil ambulantes.

Capacitação como ferramenta social

Assim como os vendedores ambulantes e catadores de recicláveis, os jovens também foram apontados como um dos públicos críticos e mais vulneráveis na cadeia da Heineken. Isso porque, durante a crise causada pela Covid-19, a companhia notou um consumo maior de bebidas alcoólicas entre essa faixa etária. “Como Heineken, começamos a nos preocupar com o consumo responsável e consciente entre os grupos jovens. Percebemos que um dos principais fatores que os levam a beber mais é a falta de perspectiva de futuro, que foi aumentada pela pandemia”, conta a executiva. A cervejaria decidiu tratar a causa dos problemas.

O Instituto Heineken lançou o projeto WeLab, curso gratuito que capacita jovens de 18 a 24 anos. O programa é pautado no viés socioemocional e busca criar pontes para o mercado profissional, contando com parcerias como Instituto Proa, ONG voltada para empregabilidade jovem, a consultoria Maker Brands e as prefeituras das cidades onde a Heineken possui fábricas.

O programa dura uma semana e é feito com turmas presenciais e online, cada uma com uma média de 200 jovens em vulnerabilidade socioeconômica. O objetivo é tratar, além do consumo de álcool, do autoconhecimento, percepção e desenvolvimento socioeconômico dos participantes.

De acordo com Guil, as ações garantem uma mudança a partir do lado emocional. “No fim, o objetivo é tocar gatilhos que impactem na relação deles com o álcool, trabalhando de forma subjetiva”, explica.

Ainda dentro do projeto, a cervejaria realizou uma ação durante o festival de música The Town, realizado em setembro do último ano. As vendas das cervejas Heineken Zero Álcool foram revertidas em um projeto em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) e a Favela Filmes, produtora audiovisual.

O intuito era capacitar jovens para se tornarem profissionais do mercado audiovisual e tecnologia. Ao todos, participaram 60 jovens de 32 favelas de São Paulo. Parte deles, de acordo com a gerente, já trabalham para a própria Heineken hoje. Ao todo, 1.900 jovens ja passaram pelas capacitações oferecidas.

Próximos passos

Para o futuro, Vânia Guil aponta que o objetivo do Instituto Heineken é expandir a oferta de serviços sem perder a qualidade e aprofundamento. A gerente executiva retoma que após um ano piloto e um segundo ano de conhecimento dos públicos e de suas necessidades, em 2024 o Instituto deve se basear nos aprendizados para consolidar as ações e garantir escala.

“Chegaremos ao terceiro ano mais maduros e prontos para expandir as atividades sem perder a qualidade. Não é com um produto que estamos lidando, mas com vidas. Tudo que construímos até aqui é obrigatório para seguirmos adiante, levando impacto social e ambiental de forma perene e consistente”, afirma.

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