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Índice da Bloomberg avalia empresas com políticas pela igualdade de gênero (Bulat Silvia/Getty Images)
A Bloomberg, empresa de dados para o mercado financeiro, anunciou hoje a relação de empresas que fazem parte do seu mais recente índice de igualdade de gênero, o Gender Equality Index (GEI). Ao todo, são 380 empresas de 44 diferentes países, incluindo Brasil, avaliadas positivamente com relação à sua transparência e políticas internas de inclusão e equiparação de gênero.
O índice tem nove empresas brasileiras, todas de capital aberto, com destaque para os setores financeiro, de seguros e energia. São elas: Bradesco, Braskem, Comgás, Cosan, Eletrobras, Itaú Unibanco, Odontoprev, SulAmérica e BB Seguridade, empresa de seguros do Banco do Brasil.
Foram 464 empresas que reportaram seus dados relativos ao ano fiscal de 2019 respondendo aos formulários da Bloomberg. Apesar de ter representado um número recorde de respondentes, a empresa de dados financeiros reforça a necessidade de melhoria na divulgação: segundo a Bloomberg, a pontuação média de excelência de dados foi de apenas 55%.
A pontuação de excelência de dados é dividida em pontuações em cinco pilares. O primeiro deles é o de liderança feminina e o que o índice chama de "pipeline de talentos", o que se resume ao repositório de profissionais avaliados e considerados aptos para trabalhar em uma empresa. Essa categoria busca mensurar o compromisso em atrair, reter e desenvolver mulheres para posições de liderança.
Em segundo lugar está a igualdade de remuneração e paridade salarial de gênero, que avalia as ações para o fim das disparidades salariais. Em seguida está o critério de cultura inclusiva e políticas corporativas relacionadas aos benefícios e programas internos.
O índice também avalia políticas de assédio sexual e posicionamento de marca pró-mulheres, que considera a maneira como a empresa é vista por todos os stakeholders em relação a associação da figura feminina na publicidade.
Para avaliar a liderança feminina nas empresas, o formulário da Bloomberg incentivou as companhias a relatarem quantas mulheres fazem parte dos conselhos e se a presidência da empresa é ocupada por uma mulher. Além disso, a porcentagem de executivas do sexo feminino também foi avaliada.
Para o tópico de igualdade salarial, as empresas responderam a perguntas sobre a realização de auditorias de igualdade de remuneração entre homens e mulheres que exercem o mesmo cargo no ano avaliado e se divulgam publicamente essas informações. No âmbito da percepção de marca, as empresas responderam se veiculam propagandas que reforçam o preconceito de gênero. Já em relação à cultura inclusiva, as empresas relataram informações sobre licença parental, seguros e benefícios e apoio às famílias.
Com base nas respostas, a Bloomberg mostra que 87% das empresas do GEI já usam da flexibilidade como uma ferramenta para aumentar a inclusão. Para isso, as companhias oferecem jornadas e locais de trabalho mais flexíveis (85%).
A participação feminina em conselhos também é crescente. Em média, 29% dos conselhos das empresas listadas são compostos por mulheres, enquanto 61% têm um executivo responsável pelos temas de diversidade e inclusão. As empresas do índice também estão contratando mais mulheres do que perdendo: 69% têm estratégias de recrutamento e 59% realizam uma revisão global de remuneração baseada em gênero, afirma a Bloomberg.
“À medida que continuamos lutando contra a pandemia, temos visto empresas colocar maior ênfase no ‘S’ de ESG”, disse Peter T. Grauer, presidente da Bloomberg, em comunicado.“As empresas incluídas no Índice de Igualdade de Gênero deste ano estão comprometidas em fornecer um ambiente de trabalho inclusivo, apoiando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e acordos de trabalho flexíveis para reter uma força de trabalho talentosa e criar uma vantagem competitiva nesse ambiente de negócios em mudança."
O índice da Bloomberg vem na esteira de movimentações do mercado por transparência de informações relacionadas ao ambiental, social e governança (ESG). A pressão de investidores por uma maior divulgação de dados para balizar a decisão de injetar capital em empresas de diferentes setores é algo crescente e que vem sendo destacado periodicamente por grandes nomes como o de Larry Fink, CEO da BlackRock.