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Grupo Malwee adota construção modular em lojas

O CEO Guilherme Weege conversou com a equipe da EXAME ESG e comentou detalhes sobre a estratégia das novas lojas da rede Aqui Tem Malwee

Construção modular: segundo pesquisa canadense, as construções modulares reduzem as emissões de carbono em mais de 40% (Malwee/Divulgação)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 13 de julho de 2023 às 07h00.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 12h19.

“Em 2023, temos como objetivo a abertura de 45 novas lojas, sendo 10 dentro da solução modular”, diz o CEO do Grupo Malwee, Guilherme Weege em entrevista para a EXAME ESG . A iniciativa faz parte de um novo modelo de negócios proposto pela companhia de moda para oferecer uma alternativa de baixo custo de implementação, com estrutura acessível e que pode ser instalada em cerca de dez dias. A primeira loja modular foi inaugurada na última semana, na rede Aqui Tem Malwee. A ação faz parte das comemorações dos 55 anos do Grupo.

A construção modular consiste no processo no qual um edifício “é construído fora do local, sob condições controladas da planta, usando os mesmos materiais e projetando de acordo com os mesmos códigos e padrões das instalações construídas convencionalmente – mas em cerca de metade do tempo”, segundo o Modular Building Institute (do inglês, Instituto de Construção Modular). Esses edifícios ou construções são produzidos em “módulos” que, quando montados no local, refletem a mesma especificação do projeto.

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Um estudo da canadense Universidade de Alberta afirma que o cronograma geral de uma construção usando o método modular foi reduzido em quatro meses em um projeto de, inicialmente, 11 meses, enquanto as emissões de CO2 foram reduzidas em mais de 40%. A pesquisa foi assinada pelo professor Mohammed Al-Hussein. No Brasil, a construção modular tem se tornado uma tendência – principalmente pela questão de economia de tempo e praticidade no período de construção e por evitar gastos excessivos de materiais.

Pensando nesse contexto e no posicionamento da companhia, o Grupo Malwee está adotando essa maneira de construção como parte da sua estratégia de ESG (do inglês, ambiental, social e governança). A loja fica localizada no Parque Malwee, espaço ecológico e cultural aberto para visitações em Jaraguá do Sul.A área conta com mais de 35.000  árvores plantadas e consiste em uma das maiores áreas de conservação de Santa Catarina. “A estrutura pode aumentar as possibilidades de espaços ocupados, gerando ainda mais acessibilidade das nossas marcas ao consumidor final”, disse Weege.

Estratégias ESG

A marca tem compromissos sustentáveis, desde questões ligadas à economia de água. Por exemplo, de acordo com a Lab Malwee Jeans, a empresa economiza até 98% de água na sua confecção. Além de contar com ações de reciclagem de fios, circularidade de materiais e redução das emissões de carbono.

As lojas modulares são mais um passo para fortalecer a agenda ESG na companhia. Weege explica que, por meio da solução modular, o Grupo irá melhorar as ações internas sobre os resíduos. “Estamos atuando na redução de processos e resíduos que são constantes em adaptações de pontos físicos e representam 50% a 70% dos resíduos sólidos urbanos”, comentou.

A construção modular não é só mais rápida e com baixo custo mas tem menor impacto visto que o custo para a implementação também é menor, fato que torna a alternativa mais atrativa para os negócios. Para Weege, esse fato ajuda a democratizar o acesso ao empreendedorismo e à geração de emprego e renda. A rede funciona de maneira semelhante a um sistema de franquias, mas é livre do pagamento de royalties e não tem taxa de adesão.

A marca considera como um desafio a democratização do consumo de moda sustentável, que oferece produtos de alta qualidade, com durabilidade e matérias-primas mais sustentáveis. Mas o CEO enxerga a importância de liderar pelo exemplo, como forma de estímulo ao mercado da moda. “Se o objetivo é estimular o consumidor a fazer escolhas conscientes, tudo começa pelo exemplo, que a nossa primeira unidade com este formato seja a referência para as demais”, disse Weege. A ideia da loja é oferecer um combinado de produtos das marcas Malwee, Malwee Kids, Enfim e Carinhoso.

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Próximos passos das lojas modulares

Weege explica que a empresa tem a meta de atingir 100% dos públicos que são impactados pelas marcas do Grupo, por esse motivo, o investimento em lojas modulares e mais duráveis se conecta com essa expectativa. “A possibilidade de estruturar uma loja em dez dias é uma das maneiras práticas que encontramos para expandir os pontos físicos e alcançarmos a nossa meta, entregando ainda uma projeção de redução de investimento para o lojista de 25%, aproximadamente”, observou.

“A inauguração da primeira loja neste formato no Parque Malwee está conectada com um símbolo do legado da jornada da empresa e seu propósito de gerar impacto socioambiental.  Além disso, marca os 55 anos de existência da companhia, reforçando os laços do Grupo Malwee com a cidade. Foi por acreditar que fazer uma moda diferente, que seja boa para o planeta e para as pessoas que, antes mesmo de se falar em sustentabilidade, já tínhamos várias ações visando o cuidado com recursos naturais. Porém, não adianta sermos sustentáveis sozinhos. Espero que possamos inspirar outras marcas a seguirem com a gente nesta jornada”, conclui Weege.

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