Exame Logo

Fundo ambiental liderado pela Apple atinge US$ 280 milhões

No Brasil, projetos visam a recuperação de áreas degradadas, com atenção especial na Mata Atlântica; Trancoso tem berçário de mudas

Mata Altântica: a Symbiosis, parceira do fundo da Apple, prevê produzir 1 milhão de mudas (Divulgação/Apple)
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 16 de março de 2024 às 15h15.

O Restore Fund, fundo ambiental criado pela Apple, passa a contar com recursos da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company ( TSMC ), dedicada à fundição de semicondutores, e a Murata, fornecedora japonesa de componentes para o iPhone. Com a chegada dos apoiadores, a iniciativa prevê mais US$ 80 milhões (cerca de R$ 400 milhões) para a recuperação de terras degradadas na América do Sul, inclusive no Brasil.

O fundo conta ainda com mais três parceiros na fase inicial. A Apple, o Goldman Sachs e a Conservação Internacional (CI) assinaram um acordo com a Symbiosis (gestora florestal), o BTG Pactual Timberland Investment Group (braço de investimentos em ativos florestais) e Arbaro Advisors (implementação de projetos florestais) com o objetivo de apoiar a criação de florestas com certificação sustentável em pastagens deterioradas e terrenos agrícolas na América do Sul.

Veja também

Atuação

Segundo a Apple, a Arbaro Advisors está construindo um portfólio de projetos de restauração na América Latina, do qual faz parte o projeto do Restore Fund da Apple no Paraguai, com o desenvolvimento de fazendas de eucalipto sustentáveis, o fortalecimento de oportunidades de subsistência para as comunidades locais e a proteção dos ecossistemas naturais na área do projeto.

Já o BTG Pactual Timberland Investment Group trabalha na restauração e proteção de ecossistemas naturais em metade da área do projeto. Na outra parte, planta espécies comerciais, como eucalipto.

A Symbiosis desenvolve mudas nativas para o cultivo de florestas sustentáveis de madeiras tropicais nativas e atua na proteção das florestas naturais da Mata Atlântica brasileira.

A projeção da Apple é que o portfólio supere a meta de remover 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera até 2025.

Segundo a Apple, o Restore Fund foi criado para aumentar o investimento global na remoção de carbono de alta qualidade e baseado na natureza, com a proteção de ecossistemas críticos. O comunicado informa ainda que a TSMC investirá até US$ 50 milhões em fundo gerido pela Climate Asset Management, joint venture da HSBC Asset Management e da Pollination.

Já a Murata vai aportar até US$ 30 milhões no fundo. Os novos investimentos se somam ao compromisso anterior da Apple de até US$ 200 milhões para a segunda fase do Restore Fund, que agora chega a US$ 280 milhões.

Trancoso

No Brasil, já está em execução o projeto de cultivos de mudas de árvores-mãe – mais resistentes – em Trancoso, na Bahia. “Começamos com o melhor material genético possível, colhido em uma enorme reserva nativa da Mata Atlântica”, explica Bruno Mariani, fundador e CEO da empresa de gestão florestal e investimentos Symbiosis. “Isso atrairia muita fauna e insetos”, disse por meio de nota.

O investimento sul-americano da Apple está atrelado à meta de eliminar as emissões de carbono de sua cadeia de fornecimento global até 2030, conforme anunciado pelo CEO, Tim Cook, em 2022.

Acompanhe tudo sobre:ReflorestamentoAppleBTG PactualMata AtlânticaCréditos de carbonoFlorestas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de ESG

Mais na Exame