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Fundação Ellen MacArthur lança programa de circularidade na moda, área com potencial de US$ 700 bi

De acordo com Guilherme Suertegaray, gerente de relacionamento com empresas na América Latina da Fundação Ellen MacArthur, as companhias que já aceitaram o desafio de incorporar circularidade em sua estratégia corporativa receberão apoio da Fundação

Até o momento, oito empresas já aceitaram incorporar a circularidade: H&M Group, Primark, Arc'teryx, ARKET, COS, Weekday, Reformation e Zalando (AFP Photo)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 07h00.

A Fundação Ellen MacArthur acaba de lançar uma iniciativa para incentivar a circularidade no setor da moda. Chamado de Fashion ReModel , o projeto busca impulsionar a utilização de matérias-primas de reuso, sem a confecção novas peças ou utilização de materiais virgens.

Em trabalho conjunto com líderes da indústria da moda, desde empresas de alta costura até marcas populares, a Fundação busca debater as soluções para implementar modelos de reparo, aluguel, revenda e refabricação a partir de peças já existentes. Ao todo, mais de 150 organizações da área de vestuário foram consultadas para a formação do plano de orientação técnica, incluindo marcas, ONGs e acadêmicos.

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De acordo com Guilherme Suertegaray, gerente de relacionamento com empresas na América Latina da Fundação Ellen MacArthur, as companhias que já aceitaram o desafio de incorporar circularidade em sua estratégia corporativa receberão apoio da Fundação. “Vamos contribuir auxiliando as empresas com conhecimento, expertise e fazendo conexões com outros negócios que estão nesse mesmo processo, para que os participantes avancem e tenham resultados”, conta.

Suertegaray ainda explica que 80% dos produtos têxteis, quando descartados, acabam incinerados, aterrados ou têm como destino o meio ambiente, mesmo quando estão em boas condições de uso. “O Fashion ReModel surge como uma forma de acelerar a transformação da atualeconomia linearpara umaeconomia circular. Sem essa transformação, a reincorporação de materiais na cadeia é simplesmente uma solução temporária para o problema global de resíduos têxteis”, explica.

“Por isso, aproveitar o potencial inovador e criativo da indústria da moda é essencial para que exista uma mudança na forma como ela faz dinheiro, dissociando o lucro da produção, e criando um futuro mais próspero e resiliente”, acrescenta.

Potencial econômico da circularidade

Um grupo de referência técnica também foi criado, incluindo a participação de especialistas em setores como finanças, cadeia de suprimentos, tecnologia e marketing. Esses nomes estarão disponíveis para que os participantes possam consultar, superando as barreiras rumo à expansão de modelos de moda circular.

De acordo com a Fundação, o potencial econômico do mercado global de moda circular pode atingir 23% até 2030, o que significa uma oportunidade de US$ 700 bilhões. Atualmente, a circularidade representa apenas 3,5% do mercado global de vestuário.

Até o momento, oito empresas já aceitaram incorporar a circularidade: H&M Group, Primark, Arc'teryx, ARKET, COS, Weekday, Reformation e Zalando. Empresas brasileiras que queiram se juntar ao grupo podem acessar pelo site da Fundação Ellen MacArthur.

A estratégia acompanha o fim de outra iniciativa de circularidade na moda da Fundação: o programa The Jeans Redesign, que atuou entre 2019 e 2023, buscava mostrar as possibilidades de projeção e fabricação a partir de jeans reutilizado.

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