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Moradores também temem por impacto com aproximação das elieções: 25% acreditam que desinformação podem ajudar a elerger maus políticos (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 5 de julho de 2024 às 11h01.
Última atualização em 5 de julho de 2024 às 11h33.
Uma pesquisa do Data Favela, instituto de pesquisa especializado nas comunidades brasileiras, aponta que 94 milhões de moradores das periferias já foram vítimas de fake news, problema que atinge 89% das pessoas nessas regiões. Com a aproximação das eleições, que acontecem em outubro, a disseminação e o impacto de notícias falsas preocupam cada vez mais.
As consequências do compartilhamento de fake news na política também são percebidas pelos moradores: 25% dos entrevistados apontam que as notícias falsas podem eleger maus políticos, enquanto 23% acreditam que elas podem manchar a reputação de alguém. Entre as respostas, 15% afirmaram que a desinformação colabora para a criação de pânico entre as comunidades.
Apenas 21% dos entrevistados acreditam que as pessoas tenham as ferramentas e a capacidade para identificar uma fake news de imediato. Para Celso Athayde, cofundador do Data Favela e criador da Central Única das Favelas, a falta de iniciativas de educação e conscientização prejudica especialmente as favelas brasileiras no combate à desinformação.
“As periferias brasileiras têm um enorme potencial econômico e cultural. No entanto, as fake news ameaçam esse potencial ao desinformar e enganar milhões de pessoas. Precisamos urgentemente de iniciativas contra essa nova ameaça”, conta.
Os dados foram divulgados durante a abertura da Expo Favela Innovation São Paulo, que acontece entre os dias 5 e 7 de julho. Renato Meirelles, cofundador do Data Favela, ainda aponta que a pesquisa demonstra uma crescente demanda por informação de qualidade nas favelas. “As fake news têm um impacto direto no desenvolvimento econômico das periferias, prejudicando tanto consumidores quanto empreendedores locais. É fundamental reconhecer e combater essa epidemia para garantir um futuro mais justo e próspero para todos”, conta.