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Jornalista
Publicado em 27 de maio de 2024 às 18h13.
Última atualização em 27 de maio de 2024 às 18h30.
Imagens divulgadas nesta segunda-feira, 27, captadas por satélite, mostram que os sedimentos carregados pelos rios do Rio Grande do Sul durante as fortes chuvas das últimas semanas conseguiram cruzar a Lago dos Patos e desembocaram no oceano. É possível ver no registro uma mancha marrom se aproximando pela costa dos Molhes da Barra, da cidade de Rio Grande.
As imagens ópticas captadas pelo Sentinel-3 e analisadas pelos cientistas do Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (LODS), da Universidade do Rio Grande do Sul (FURG) comparam a situação do local nos dias 25 de abril, antes dos temporais, e o último domingo, dia 26.
Ainda segundo o LODS, observadores a bordo de embarcações viram que a mancha de sedimentos alcançou o extremo sul da Lagoa dos Patos (que é uma laguna, com conexão com o mar), em Rio Grande, na última quinta-feira, 23. Mas o registro por satélite só foi possível no dia 26 por causa da diminuição da nebulosidade.
"Os painéis inferiores representam um zoom da saída do estuário, nas áreas destacadas em vermelho nos painéis superiores. No zoom da direita podemos ver os sedimentos sendo exportados para o Oceano Atlântico através dos Molhes da Barra", informou o LODS.
Os sedimentos são formados por partículas de terra, de argila e de areia suspensas na água carregadas pela correnteza ao longo de centenas de quilômetros. Além disso, a água marrom que chegou ao oceano deve estar contaminada por esgoto e outros tipos de resíduos. Entre as reclamações dos moradores das cidades afetadas pelas chuvas no RS nos lugares onde ainda há água — contaminada pelo esgoto, lixo, animais mortos e outros materiais em decomposição.
Em rede social, os técnicos do LODS informaram que os sedimentos que estão saindo no canal da barra poderão gerar "bolsões de detritos", mas até o momento trata-se de uma possibilidade. "Será necessário monitorar as áreas propícias a formação destes bolsões para validar esta hipótese. Este monitoramento é realizado mensalmente pela administração do Porto de Rio Grande.