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Como ser sustentável? "Basta começar", diz chefe de ESG da Ikea

Na Conferência dos Oceanos, Elisabeth Munck af Rosenschöld, head global de sustentabilidade da varejista Ikea, falou à EXAME com exclusividade sobre redução de emissões de carbono, impacto em pessoas e outras práticas de sustentabilidade da companhia

Elisabeth Munck af Rosenschöld, head de sustentabilidade da IKEA na Conferencia dos Oceanos 2022 em Lisboa, Portugal (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Publicado em 30 de junho de 2022 às 06h01.

Última atualização em 4 de julho de 2022 às 09h31.

*De Lisboa, Portugal

A empresa sueca de móveis e itens de decoração para casa Ikea é uma das queridinhas na Europa não só por seus produtos com design minimalistas, mas também pelo modelo de negócio que considera a sustentabilidade na operação e na cadeia. Em uma estratégia chamada People & Planet Positive, ou Pessoas e Planeta Positivos, em tradução livre, há metas para serem cumpridas até 2030 que olham desde a economia circular até a promoção de uma vida melhor.

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Neste contexto, Elisabeth Munck af Rosenschöld, head global de sustentabilidade da Ikea, participou de um painel oficial da Conferência dos Oceanos, evento promovido pela Onu em Lisboa, Portugal. Na ocasião, a executiva conversou com a EXAME com exclusividade sobre como a companhia pretende diminuir a pegada de carbono, investir em tecnologias e promover a agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social governança).

Como o Ikea tem colocado a sustentabilidade no centro do negócio?

Nós temos uma estratégia que é integrada às decisões de negócio e tudo o que fazemos considera sustentabilidade. Isto ocorre a partir de três pilares para serem cumpridos até 2030: auxiliar que ao menos 1 bilhão de pessoas tenham vidas mais sustentáveis em casa com os nosso produtos, ser clima positivo de forma a ter um negócio circular, e criar impacto social em toda a cadeia de valor. Isso sgnifica que é possível ser uma companhia que continua crescendo, com diversidade, e que considera esses pilares também nos negócios de quem compramos.

Como a Ikea irá diminuir as emissões de carbono da operação?

Olho de forma integrada para a área de suprimentos e logística, que é responsável pelo transporte de todos os insumos e produtos. Esta área da empresa, por exemplo, é central para a descarbonização uma vez que envolve caminhões, trens e até transportes marítimos.

Então, estamos trabalhando para diminuir nossa pegada de carbono em uma média de 70% em termos relativos das operações logísticas quando comparamos com as emissões de 2017. Estamos focados em reduzir, repensar e substituir itens da operação, pois 2030 está logo aí. Um exemplo mais claro de como estamos agindo é com a substituição de combustíveis fósseis para opções mais limpas.

Sustentabilidade é sobre a integração dos negócios, considerando inovação e tecnologia que nos permita a assertividade. Além disto, precisamos de colaboração porque não vamos fazer essa transformação economica sustentável sozinhos.

Apesar de não venderem no Brasil, o país faz parte da estratégia de suprimentos sustentáveis?

Outros colegas podem confirmar essa informação, mas é importante reforçar que todos os países devem estar na jornada de sustentabilidade. O Brasil tem a Amazônia e outros biomas e estamos, por exemplo, sempre olhando para a compra de madeira sustentável e certificada, que não contribua com o desmatamento.

Qual a importância de estar na Conferência dos Oceanos e como a empresa trata o tema?

É muito importante estar aqui e ver pessoas de todo o mundo falando sobre os como manejar os problemas para encontrar soluções para os oceanos. É necessário que nós e outras companhias privadas estejam aqui porque a Conferência trata da pespectiva de como os diferentes atores do sistema são essenciais e de como só conseguiremos mudanças juntos.

Em 2018, por exemplo, a Ikea anunciou o compromisso de remover todos os produtos plásticos de uso único até 2020 e se tornou membro da NextWave, iniciativa que envolve líderes empresas, cientistas e ONGs focadas em tecnologia e no consumidor para integrar o plástico do oceano em produtos de consumo de maneira escalável. Isto é um pequeno passo se pensarmos em toda a indústria.

Qual a dica para as companhias que desejam ser mais sustentáveis?

Apenas comece. A mudança é urgente.

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