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Com goleada da fiel torcida, Corinthians e Gerando Falcões buscam renda para mulheres de favela

Jogos do time paulistano contarão com espaço para doação de roupas, que podem gerar independência econômica por meio do projeto ASMARA, de combate à pobreza entre mulheres de favela

De goleada: Yuri Alberto celebra gol na partida contra o Nacional, que terminou 4 a 0 para o Timão e inaugurou a parceria com a Gerando Falcões (Alexandre Schneider /Getty Images)

De goleada: Yuri Alberto celebra gol na partida contra o Nacional, que terminou 4 a 0 para o Timão e inaugurou a parceria com a Gerando Falcões (Alexandre Schneider /Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 11 de abril de 2024 às 08h43.

Última atualização em 11 de abril de 2024 às 10h32.

O Corinthians e a ONG Gerando Falcões criaram uma parceria para diminuir a vulnerabilidade nas favelas brasileiras. O objetivo é fortalecer o projeto ASMARA, negócio social que atua para garantir a independência financeira de mulheres a partir da economia circular.

No projeto, as comunidades e parceiros da Gerando Falcões doam roupas e acessórios, que são revendidas por mulheres nos locais atendidos pela ONG. Cada “Mara” — como são chamadas as mulheres participantes — recebe um kit com 80 peças, e o objetivo é que consiga revender esses itens em sua própria comunidade em preços mais baixos do que no mercado tradicional.

De acordo com Edu Lyra, criador da Gerando Falcões, o programa busca garantir uma fonte de renda mulheres fora da economia atualmente. “O ASMARA atende mulheres em regime semiaberto, vítimas de violência doméstica, mães solo com 2, 3, até 4 filhos e que não conseguem trabalhar fora de casa. Essa mulher não consegue pegar o trem por horas todos os dias para vender roupa no centro da cidade. O ASMARA se adapta à realidade das mulheres, e não o contrário”, conta.

A partir das doações das roupas, os produtos são vendidos de porta em porta, em suas redes de relacionamento ou pelas redes sociais. O dinheiro fica inteiramente para elas.

Com a parceira com o Corinthians, o objetivo é engajar a torcida alvinegra a doar vestimentas e acessórios durante as partidas realizadas em casa. A Neo Química Arena, estádio do time na zona leste de São Paulo, contará com caixas e sacolas para as doações ao longo de todo o ano. O objetivo é arrecadar até o fim de 2024 mais de 3 milhões de peças.

Atualmente, a Gerando Falcões conta com 1.200 Maras em quase 50 comunidades, número que deve chegar a 15 mil até o fim do ano. De acordo com Edu Lyra, a ação deve impactar meio milhão de mulheres nos próximos 15 anos.

De acordo com Lyra, a parceria foi feita com o Corinthians pelo histórico do time com lutas sociais, além de ser localizado na periferia de São Paulo e com uma das maiores torcidas do Brasil. “O Corinthians tem vocação em ser o ‘time do povo’. A gente quer garantir que a parceria mostre que o Corinthians é campeão dentro e fora do campo”, conta. Além do futebol masculino, a ação deve atingir ainda outros esportes e modalidades do Corinthians, como futebol feminino, futsal, esportes aquáticos e basquete.

Raul Correa, diretor do departamento Cultural do Corinthians (esq.) com Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões (cent.) e Augusto Melo, presidente do clube (dir.) (Gerando Falcões/Divulgação)

“O projeto tem sido formulado há dois meses e foi lançado nesta semana com o presidente do time, Augusto Melo, e o vice-presidente, Armando Mendonça. Nossa expectativa é muito alta. Queremos que a fiel torcida vá com toda sua empolgação aos estádios e que colabore com doações em massa também”, conta o fundador da Gerando Falcões.

A campanha terá início oficialmente no próximo domingo, 14, durante o jogo entre o Corinthians e o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro, às 16h, mas deve durar o ano inteiro.

Renda para mulheres de favela

O ASMARA foi criado, de acordo Lyra, para garantir a geração de renda em escala para aquelas que movimentam a economia das comunidades e que são as chefes de família nas favelas: as mulheres. A Gerando Falcões já contava com programas de combate à pobreza em diversas de favelas a partir da geração de tecnologias de impacto, da capacitação de lideranças sociais e da transformação de lares em comunidades. “A gente já tinha capacitado e empregado muitos homens de favela, mas ainda tinha nós a desatar quando se tratava das mulheres. Com a realidade das mulheres na favela, que é de exclusão econômica e o cuidado com os filhos, tivemos que criar um modelo de negócio adaptado a sua vivência”, conta.

Para Edu Lyra, garantir a liberdade financeira de mulheres em favela é um dos maiores títulos que o Corinthians pode ganhar. “Partimos da sensibilidade de entender a dinâmica de vida da mulher e o relacionamento dela com o próprio território. Tem muita riqueza na pobreza da favela. A gente precisa criar tecnologias de inovação social para alavancar essas mulheres e criar transformações em suas vidas. O Corinthians tem sido um dos grandes parceiros nessa trajetória, e a fiel torcida vai ajudar ainda mais nessa vitória”.

Acompanhe tudo sobre:CorinthiansONGsFavelasEconomia Circular

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