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Com desacordos e abandono de negociações, acontece plenária final da COP29

Em conversa com a EXAME, observador da WWF avalia que desacordos públicos podem catalisar acordo final ou acelerar colapso que se desenha. Próximas horas definirão se término será adiado

Manifestantes recebem Ministros e delegados na plenária que deveria encerrar a COP29. Adiamento, porém, ainda é uma possibilidade (UNFCCC (KIara Worth)/Divulgação)

Manifestantes recebem Ministros e delegados na plenária que deveria encerrar a COP29. Adiamento, porém, ainda é uma possibilidade (UNFCCC (KIara Worth)/Divulgação)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 23 de novembro de 2024 às 15h09.

Última atualização em 23 de novembro de 2024 às 15h24.

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Começou às 20h deste sábado, no horário local de Baku, a plenária final da COP29.  A solenidade prevista para a noite de sexta-feira, 22, havia sido adiada por conta da estagnação das negociações. E, mesmo agora, acontece em meio a um ambiente de grande tensão e persistentes incertezas.

Conforme o Instituto Talanoa, que tem relatado em tempo real o andamento das tratativas, nos corredores do centro de convenções há a quase certeza de um colapso que deverá levar a uma segunda chamada da Cúpula, em novo local e data.

A esperança de um desfecho positivo vem se esvaindo com episódios como o ocorrido há algumas horas, quando as delegações de Estados insulares e países em desenvolvimento abandonaram a sala de negociações.

Manifestantes recebem ministros na plenária

Conforme chegavam para a solenidade final, ministros e delegados foram recepcionados por um grupo de ativistas que empunhavam cartazes exigindo que o Norte Global assuma e cumpra as responsabilidades financeiras que travam as conversas. As manifestações também seguem mirando os anfitriões da Conferência.

Veteranos em COPs concordam que coordenar o consenso entre quase 200 nações já é naturalmente complexo. Contudo, a presidência azerbaijana enfrentou uma onda crescente de críticas pelos muitos equívocos na condução do processo que culminou no cenário de agora.

Com 90% de suas exportações dependentes de petróleo e gás, o Azerbaijão encontra-se em uma delicada posição, equilibrando-se entre seus interesses econômicos nacionais e o papel de mediador imparcial que precisa exercer nas negociações climáticas. E o ambiente da COP29 deteriorou-se ainda mais após uma série de incidentes diplomáticos.

A delegação saudita foi uma das que adicionou mais tensão ao ambiente, ao tentar interferir diretamente em um documento oficial do Programa de Trabalho de Transição Justa -  prática incomum e problemática, visto que todas as nações recebem PDFs não editáveis dos textos, justamente para garantir transparência e igualdade no processo de discussão.

John Podesta, chefe da delegação americana, também entrou na mira dos protestos, pelas acusações de que os Estados Unidos tenham tentado obstruir as negociações sobre o Novo Objetivo Coletivo Quantificado (New Collective Quantified Goal, NCQG, na sigla em inglês).

Estratégia acelera colapso?

Em conversa com a EXAME, um observador da WWF que prefere não se identificar, avalia que a decisão de adiar a plenária final pode ser interpretada como uma arriscada estratégia da presidência azerbaijana.

Para o especialista, que esteve em todas as COPs da história, ao forçar que desacordos se tornem públicos e pressionar pela resolução diante da comunidade internacional, tanto pode catalisar um acordo quanto precipitar um colapso nas negociações.

O momento é particularmente crítico. A evolução da proposta de US$ 250 bilhões para US$ 300 bilhões anuais representa algum progresso, mas não atende plenamente às expectativas dos países em desenvolvimento e das nações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Portanto, as próximas horas serão cruciais para determinar se a COP29 conseguirá superar suas contradições internas e entregar um resultado que livre Baku de se tornar apenas mais um capítulo frustrado na longa história das negociações climáticas internacionais.

Acompanhe tudo sobre:COP29AzerbaijãoMudanças climáticasGás e combustíveis

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