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Com crescimento constante e prolongado, energia solar ultrapassa gás e biomassa na matriz brasileira

Grandes parques e pequenos projetos fotovoltaicos alcançam 16,4 GW de potência, mais do que Itaipu e do que as termelétricas a gás natural e biomassa somadas

A energia solar trouxe ao Brasil R$ 86,2 bilhões em investimentos, R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 479,8 mil empregos, nos últimos 10 anos (sellmore/Getty Images)
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Rodrigo Caetano

Publicado em 19 de julho de 2022 às 12h11.

O resultado era esperado. Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a geração de energia solar alcançou em julho 16,4 gigawatts de potência instalada operacional e ultrapassou as termelétricas a gás natural e biomassa, que somam 16,3 GW, para se tornar a terceira maior fonte da matriz elétrica brasileira. O resultado foi comemorado pela entidade.

“A solar é reconhecidamente campeã na rapidez de novas usinas de geração”, afirmou Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar, ao comentar sobre a versatilidade da tecnologia de geração de energia a partir do sol. “Uma usina fotovoltaica de grande porte fica operacional em menos de 18 meses, desde o leilão até o início da geração de energia elétrica. E basta apenas 24 horas para transformar um telhado ou um pequeno terreno em uma fonte de geração de eletricidade.”

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Os números mostram a resiliência da fonte solar. De acordo com a entidade, a energia solar trouxe ao Brasil R$ 86,2 bilhões em investimentos, R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 479,8 mil empregos, nos últimos 10 anos. Também evitou a emissão de 23,6 milhões de toneladas de carbono.

Há ainda o benefício de custo. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma Carlos Dornellas, diretor da Absolar. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz.”

Momento de investir

Em artigo publicado na EXAME , Ramon Nuche, diretor da AE Solar, fabricante alemã de painéis fotovoltaicos, defendeu que este é momento de investir nesse tipo de geração. “O setor de energia solar espera um crescimento acelerado este ano no Brasil, especialmente nos sistemas de geração própria solar, em decorrência do aumento nas tarifas de energia elétrica e da entrada em vigor da Lei n° 14.300/2022, que criou o marco legal da geração própria de energia”, disse Nuche.

No ano passado, o Brasil foi o quarto país com maior crescimento em energia solar, e atualmente se encontra na 13ª posição entre os maiores geradores. Segundo o “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, principal relatório de mercado do setor solar fotovoltaico mundial, o Brasil, mercado líder em energia solar na América Latina, deve se tornar um dos principais mercados globais nos próximos anos, podendo atingir 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026.

O avanço da fonte é constante no Brasil e no mundo. Um estudo lançado na Alemanha aponta que a energia solar ultrapassou 1 terawatt (TW) de potência instalada, globalmente, e deve dobrar essa capacidade em menos de quatro anos, alcançando o equivalente ao dobro da capacidade de geração da França e da Alemanha somadas. A dúvida é até quando os europeus vão brigar pelo gás.

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