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CCR: empresa implementará planos de resiliência climática em todo o negócio até 2025

Com eventos climáticos cada vez mais extremos, empresa busca sustentabilidade do negócio e de suas operações em estradas, sobre trilhos e aeroportos

A preparação para lidar com as mudanças climáticas teve de ser acelerada, segundo Pedro Sutter, vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance do Grupo CCR (Mauricio Simonetti/Exame)
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 18 de junho de 2024 às 07h00.

O incremento da frequência e intensidade dos eventos climáticos deu ao tema um peso relevante na matriz de riscos do Grupo CCR, empresa de infraestrutura e mobilidade. Considerando a presença nacional da companhia em diferentes condições e variados biomas, percebeu-se a necessidade de acelerar a busca por soluções que mitiguem os impactos no negócio e assegurem a segurança de usuários — seja nas estradas, seja no transporte sobre trilhos, seja nos aeroportos.

O ano de 2023 apresentou desafios significativos. “Nossa matriz de risco indicava uma alta probabilidade de as mudanças climáticas terem um impacto mais expressivo, porém não esperávamos que fosse de forma tão acelerada, com um ciclo mais longo do El Niño e temperaturas alcançando recordes sucessivos”, explicou Pedro Sutter, vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance do Grupo CCR.

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Lidar com as mudanças no regime de chuvas e trabalhar apenas dois dias por mês na execução de obras, para uma empresa de infraestrutura, é um desafio imenso. Foi o que a CCR enfrentou no Rio Grande do Sul, que vem sofrendo os impactos de chuvas intensas desde o ano passado. Uma das rodovias sob sua concessão, a BR-386, entre Canoas e Carazinho, foi a mais afetada e ficou inundada depois dos extremos climáticos de maio passado. A preparação para lidar com o cenário teve de ser acelerada, segundo o executivo.

Para tentar antecipar-se aos impactos climáticos, a empresa se comprometeu a, até 2025, implementar planos de resiliência climática em todas as unidades de negócios. “Ao iniciarmos esse processo em 2023, progredíamos de forma mais lenta e em escala menor”, explicou o vice-presidente. Para acelerar, o grupo buscou parcerias no mercado, como Climatempo,  Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e MeteoIA (startup de tecnologia focada em desenvolver modelos de inteligência artificial para previsão de variáveis climáticas e seus impactos) para ajudar a mapear cada quilômetro de estrada, trilho e área de aeroporto e identificar a exposição dessa infraestrutura.

Dependendo do volume de chuvas, será possível identificar os pontos críticos de deslizamento, os riscos para a população e traçar parcerias com municípios para criar alertas e prevenir possíveis ameaças. Com a implementação completa do plano até 2025, medidores pluviométricos serão instalados nos pontos críticos, o clima será monitorado continuamente, e as equipes estarão completamente treinadas para lidar com desastres naturais. Até o final de 2025, todas as unidades de negócios terão o plano implantado — desde medidores pluviométricos, equipes treinadas para desastres até a monitorização contínua do clima.

Os riscos enfrentados pelos ativos são avaliados, segundo o grupo, com base nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), alinhando-os às recomendações da Task Force on Climate Related Financial Disclosures (TCFD), considerando os cenários de eventos climáticos para os horizontes de 2030 a 2050. Esses dados embasam a criação de uma modelagem para avaliar a probabilidade das ocorrências e planejar ações preventivas.

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