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Brasil pode liderar economia baseada em sustentabilidade, diz Jeremy Oppenheim, da Systemiq

Em Nova York, Jeremy Oppenheim, sócio sênior da consultoria de soluções sustentáveis Systemiq, falou à EXAME sobre os caminhos possíveis para a economia verde no país

Jeremy Oppenheim, da Systemiq (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Publicado em 20 de setembro de 2022 às 11h39.

Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 12h04.

De Nova York*

A promoção da economia circular no Brasil é essencial para o crescimento da agenda econômia sustentável. Pensando nisto, o lançamento do Conexão Circular, Movimento do Pacto Global da ONU no Brasil em parceria com empresas e universidades brasileiras, contou com uma breve palestra de Jeremy Oppenheim, sócio sênior da consultoria de soluções de problemas baseadas na economia de baixo carbono Systemiq, que apresentou sua visão sobre como o país tem um enorme potencial de liderar a agenda a partir da abundância de recursos naturais, energia limpa e inovação.

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Em entrevista exclusiva à EXAME, o executivo aprensentou bons exemplos possíveis para guiar o país em um caminho mais sustentável e economicamente viável ao impulsionar o empreendedorismo, a tecnologia e políticas públicas que envolvam toda a população na agenda.

"Se você for desenhar um país que pode liderar a sustentabilidade na economia ele terá acessos aos recursos naturais, abundância em energia limpa, além de gente ágil, qualificada e com acesso a tecnologia. O Brasil tem um dom natural de ter isso, a questão é como mudar as coisas para ter organizações fortes que auxiliem nesse desenvolvimento", afirma. Veja a entrevista completa.

Estamos vendo uma iniciativa brasileira para a economia sustentável. Por que o país é tão importante nesta agenda?

O Brasil é importante na economia global pelo grande potencial em energia limpa, a ambundância em recursos naturais, além dos trabalhos em inovação. Cada um desses três pontos são críticos para o futuro da economia sustentável, e o Brasil tem capacidade de mostrar caminhos possíveis. É preciso aprender com os desafios e gerar oportunidades.

Quais bons exemplos podem apontar um caminho?

Há muitas companhias no Brasil que podem apontar caminhos. Na agricultura, por exemplo, há iniciativas que usam a tecnologia para uma economia sustentável. E há muito mais capacidade tecnológica no Brasil, sendo que as instituições  devem olhar para isso nos próximos anos.

Além disto, não há outro país como o Brasil. Se pensarmos em 1982, ninguém diria que a China teria o potencial econômico que tem hoje e se tornaria uma potencia não só interna, mas ao redor do mundo. Hoje as pessoas se perguntam com a China fez tudo isso com recursos limitados e uma enorme população, semelhante ao Brasil.

Entendo que repetir uma China no Brasil pode não fazer sentido, mas estamos observando que, do ponto de vista de recursos limitados, eles construíram algo extraordinário. Por outro lado, eles criaram vantagens baseadas no carvão, e com manufatura barata para o resto do mundo. Agora a questão é como reconstruir esse modelo mais circular, que priorize a natureza. Por isto, penso que o Brasil pode mostrar como fazer algo focado em iniciativas sustentáveis.

Se você for desenhar um país que pode liderar a sustentabilidade na economia ele terá acessos aos recursos naturais, abundância em energia limpa, além de gente ágil, qualificada e com acesso a tecnologia. O Brasil tem um dom natural de ter isso, a questão é como mudar as coisas para ter organizações fortes que auxiliem nesse desenvolvimento.

Os bons resultados virão de iniciativas de governos ou empresas?

Há uma força de novos empreendedores e de empresas que estão pensando em como redesenhar o sistemas e logo aparecerão com soluções materiais para uma economia sustentável. Há também iniciativas que já conhecemos e seguem sendo desenvolvidas.

O Brasil tem, por exemplo, algumas das melhores fazendas no mundo, com tecnologias sofisticadas que podem prover testes interessantes na agricultura. O mesmo acontece em outros setores, mas é preciso considerar que o desenvolvimento precisa de uma economia justa, que não deixe pessoas para trás, e considere todos necessários. Para isto, são fundamentais boas políticas públicas.

O setor privado e os governos devem andar juntos. Um exemplo disto é como a Amazônia é uma importante realidade econômica para o Brasil, especialmente quando se fortalece as pessoas que moram na região. Muitos brasileiros não conhecem a Amazônia e não vivem nela, mas é necessário aproveitar seu enorme potencial ao fortalecer os negócios de quem lá está e, consequentemente, promover uma economia sustentável para todo o país.

 

 

 

 

 

 

 

 

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