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A loja de plástico reciclado do Boticário utiliza 3 toneladas de resíduos nas paredes e no piso (Boticário/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 18 de novembro de 2020 às 11h32.
Última atualização em 20 de novembro de 2020 às 10h30.
O Boticário inaugura nesta-quinta, 19, um novo modelo de loja temporária, também conhecidas como “pop up”, feita inteiramente de plástico reciclado. Isso significa que as paredes, o teto e o piso foram construídos apenas com resíduos plásticos gerados por indústrias. Ao todo, são 3 toneladas de material reaproveitado em cada unidade.
A primeira pop up estará localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Ao lado da loja, a fabricante de cosméticos instalou uma espécie de aquário, que apresenta todas as etapas de reaproveitamento do plástico. O processo se inicia com uma embalagem vazia, que é triturada e transformada em uma placa plástica de alta resistência. A instalação também apresenta as famílias de recicladores, elo importantíssimo da cadeia de produção.
O espaço da loja é de 47 m². A ideia surgiu da necessidade de criar novos modelos de apresentação e venda dos produtos. Inicialmente, a empresa considerou utilizar contêineres marítimos para as lojas temporárias. A opção de plástico reciclado, no entanto, se mostrou mais impactante em termos de benefícios ambientais.
Para viabilizar o projeto, a empresa precisou desenvolver tecnologias para o reuso dos resíduos. A segurança da construção foi avalizada pelo pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR). A matéria prima é obtida por meio do Boti Recicla, programa de logística reversa, inaugurado em 2006, que possui 4 mil pontos de coleta espalhados em 1.750 cidades brasileiras e 20 cooperativas de recicladores homologadas.
Os planos são de abrir nove lojas de plástico, contando com a do Ibirapuera. As próximas, que serão fixas, estão previstas para: três em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul, duas no Paraná e uma no Ceará.
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A preocupação do Grupo Boticário com o meio ambiente é antiga. A Fundação Grupo Boticário celebra, neste mês de novembro, 30 anos de existência. A entidade é uma das primeiras organizações empresariais voltadas para a defesa do meio ambiente. Ela surgiu a partir da visão do fundador do grupo, o curitibano Miguel Krigsner, que, nos anos 1970, acompanhou o surgimento do ambientalismo na Europa e sua chegada ao Brasil.
A entidade passa por uma mudança de direcionamento. Desde o início, a fundação teve como foco a geração de conhecimento, com o fomento a pesquisas científicas. Para isso, ela recebe, anualmente, 1% da receita bruta do grupo, que, no ano passado, foi de 5 bilhões de reais. A partir deste ano, ela pretende se envolver mais diretamente em iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável nos biomas brasileiros.
“Já possuímos conhecimento suficiente que nos permite tomar medidas concretas para produzir e movimentar a economia, sem afetar o meio ambiente”, afirma Malu Nunes, diretora-executiva da fundação. Segundo a diretora, a ação no aniversário da entidade é uma oportunidade de unir força com as marcas para chamar atenção de todos em relação à conservação do meio ambiente. “É importante exercermos um papel transformador e de conscientização e passar uma mensagem positiva de proteção à natureza”, diz Nunes.