BlackRock após COP28: fim do petróleo vai demorar
Gerente global da BlackRock, Russ Koesterich, diz que a transição energética levará tempo e a demanda por petróleo pode aumentar nos países emergentes; executivo participou de coletiva de imprensa no Brasil nesta quinta-feira, 14
Repórter de ESG
Publicado em 14 de dezembro de 2023 às 17h21.
Última atualização em 14 de dezembro de 2023 às 17h21.
O documento oficial da COP28, lançado na quarta-feira, 13, mencionou o fim de combustíveis fósseis, mas mesmo com um posicionamento mais assertivo dos países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), quando comparado com o rascunho divulgado anteriormente, o fim da produção e uso do petróleo ainda vai demorar, é o que acredita Russ Koesterich, g erente de portfólio de alocação global daBlackRock.
“Penso que a maioria dos investidores presumiu uma transição dos combustíveis fósseis a longo prazo, e isto foi assumido mesmo antes da declaração oficial [da COP ser divulgada]. Ao mesmo tempo, a transição levará tempo. Não será instantânea e haverá um período de ajuste que poderá durar muitos anos, e potencialmente, décadas”, disse Koesterich em coletiva de imprensa no Brasil.
De acordo com o gestor, enquanto as etapas da transição forem aplicadas, ainda haverá necessidade de combustíveis fósseis, e até um crescimento e demanda maiores. Koesterich afirmou que a transição pode gerar maior demanda ao mercado em vários países emergentes.
“Então a questão é: qual é o preço justo para o petróleo durante esse período? Acho que nesse ambiente, a tendência pode ser observar alguma mudança na demanda durante os próximos anos. Provavelmente será estável o suficiente para atingir algum nível, talvez entre 75 a 80 dólares por barril. Ainda se pode dizer que as empresas de energia representam algum valor”, disse Koesterich.