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Larry Fink, CEO da BlackRock: gestora quer mais comprometimento de empresas com as mudanças climáticas (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
A BlackRock forneceu mais detalhes aos diretores de empresas sobre o que quer ver em seus planos para desacelerar o aquecimento global e alertou que pode votar contra aqueles que não atendem aos seus padrões.
A maior acionista do mundo publicou um documento de cinco páginas na quarta-feira com suas expectativas de como as empresas devem lidar com os riscos climáticos. São os primeiros detalhes após a carta em janeiro do CEO da gestora, Larry Fink, na qual pediu que as empresas se alinhem aos esforços globais para zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
“Esperamos que os diretores tenham fluência suficiente em riscos climáticos e na transição energética para permitir que todo o conselho - em vez de um único diretor ‘especialista em clima’ - forneça a supervisão adequada do plano e das metas da empresa”, diz o documento. A gestora de ativos pode votar contra os diretores se uma empresa não tiver fornecido “um plano confiável para a transição de seu modelo de negócios para uma economia de baixo carbono”. Em outros casos, a BlackRock está aberta a apoiar propostas de acionistas que forçarão a empresa a fazer mudanças, se achar que “a atenção para o assunto pode ser acelerada”.
Nos últimos três anos, a BlackRock aumentou a pressão sobre empresas para que tomem medidas mais ambiciosas para reduzir o impacto ambiental. No ano passado, a gestora aderiu ao Climate Action 100+, um grupo de investidores com 52 trilhões de dólares em ativos que trabalha para coordenar as iniciativas de investidores para abordar o desafio climático. O ativismo da BlackRock coincide com a meta de oito das maiores economias do mundo de zerar as emissões líquidas. Esse número aumentará para nove se o presidente dos EUA, Joe Biden, cumprir sua promessa de campanha.
Especialistas em clima disseram que as novas instruções não têm o alcance suficiente para ajudar a evitar um aquecimento catastrófico. Depois de anos de críticas de ativistas, a BlackRock votou no ano passado contra a gerência de 69 empresas que faziam parte de um grupo de 440 companhias que a gestora classifica como intensivas em carbono. Neste ano, decidiu expandir esse universo para 1.000 empresas, que respondem por 90% das emissões diretas de todas as companhias em que investe. A BlackRock não quis compartilhar quais empresas estão na lista ampliada.
O foco na gestão de risco “indica que a BlackRock está mais preocupada em se proteger dos impactos das mudanças climáticas, em vez de também limitar suas próprias contribuições”, disse a organização BlackRock’s Big Problem em análise. “A BlackRock insistirá que as empresas estabeleçam metas de emissão compatíveis com o limite da mudança climática em 1,5°C?”.
Embora as instruções da empresa ofereçam mais detalhes sobre sua posição climática do que antes, ainda são menos precisas do que o recomendado por ativistas. Isso possivelmente porque a BlackRock investe em empresas globais e tem que considerar países em diferentes estágios de combate à mudança climática.
“Empresas em mercados desenvolvidos e emergentes não estão igualmente equipadas para fazer a transição de seus negócios e reduzir as emissões no mesmo ritmo”, diz o documento. Muitos países da Ásia atualmente estão aquém de economias desenvolvidas no estabelecimento de metas climáticas nacionais ambiciosas, afirma o documento, e a BlackRock espera que empresas nessas regiões façam planos “em antecipação” às regulamentações que virão com metas futuras para zerar as emissões líquidas.