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Bancos avançam na agenda ambiental com pesquisa sobre Amazônia

Trabalho realizado pela Febraban traz a visão dos brasileiros sobre a floresta. Instituições financeiras querem desenvolver a região de forma sustentável

Entre as propostas dos bancos para desenvolver a Amazônia está o estimulo às cadeias sustentáveis na região (cacau, açaí e castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas (Paulo Amorim/Getty Images)

Entre as propostas dos bancos para desenvolver a Amazônia está o estimulo às cadeias sustentáveis na região (cacau, açaí e castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas (Paulo Amorim/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 06h06.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulga hoje a terceira edição do Observatório Febraban. A nova edição da pesquisa mapeia a visão dos brasileiros sobre a Amazônia. O estudo foi realizado entre os dias 11 e 19 de agosto, com 1.200 entrevistados, além de uma amostra complementar de 300 entrevistados da população da Amazônia Legal (área que abrange todos os estados da região Norte, o Mato Grosso e parte do Maranhão).

O estudo busca apresentar as percepções, os valores e as atitudes dos brasileiros em relação à Amazônia. As perguntas realizadas incluem a avaliação sobre o aumento do desmatamento, se o entrevistado defende punições mais duras em caso de destruição ilegal da floresta e quem são os principais responsáveis pelo desflorestamento. 

No último mês, os principais bancos brasileiros lançaram uma série de iniciativas de proteção à floresta. Ontem, Bradesco, Itaú e Santander anunciaram a criação de um conselho que vai ajudar a desenvolver a região, ação que está ligada à divulgação, no mês passado, de um documento com 10 medidas para desenvolver a Amazônia, que foi entregue ao Governo Federal. 

A ideia é que os biólogos e cientistas que fazem parte do conselho trabalhem no detalhamento das medidas e no estabelecimento das metas. O grupo também será responsável por acompanhar os desdobramentos dos planos e por criar métricas e objetivos alinhados aos desafios locais. As ações — que estão previstas para começar ainda neste ano — serão coordenadas com o governo e implementadas em parceria com as iniciativas públicas.

“Estamos muito satisfeitos por reunir este grupo altamente qualificado e que conhece profundamente os desafios do Brasil na área ambiental e, mais especificamente, na Amazônia”, afirma Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco. “A colaboração dos conselheiros consultivos será fundamental para que nossa atuação na região seja efetiva e gere os impactos positivos que buscamos.”

“Queremos dar passos concretos para tornar o discurso em realidade. A Amazônia não é um problema. O ato de proteger a Amazônia guarda boa parte das respostas corretas para um mundo que tem dúvidas e incertezas”, afirmou, no dia do anúncio das medidas, Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco. 

Para Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, a dimensão do desafio impõe uma atuação firme e veloz a todos os atores. “Com a união de esforços de nossa indústria, conseguiremos fazer ainda mais por essa região, que tem um valor inestimável não só para o país, mas para todo o planeta”, diz.

Fazem parte do conselho: 

  • Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
  • Adalberto Veríssimo, pesquisador associado e co-fundador do Imazon 
  • André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) 
  • Carlos Nobre, cientista destacado principalmente na área dos estudos sobre Mudanças Climáticas e Amazônia e atual responsável pelo projeto Amazônia 4.0 
  • Denis Minev, diretor-presidente das Lojas Bemol e co-fundador da Fundação Amazonas Sustentável
  • Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente (2010-2016)  
  • Teresa Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira 

Entre as ações que farão parte desse plano, estão:

  • Estímulo às cadeias sustentáveis na região (cacau, açaí e castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas e/ou ferramentas financeiras e não financeiras
  • Viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social (energia, internet, moradia e saneamento) e ambiental (transporte hidroviário)
  • Fomento de um mercado de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde
  • Atração de investimentos e promoção de parcerias para o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia
  • Apoio para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região
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