Ambev convidou mulheres a empreender e hub gerou R$ 620 mi; agora, quer mais empresas no jogo
Lançada há dois anos, iniciativa de inclusão produtiva gerou renda para 500 mil pessoas por meio de diferentes projetos. Com parceiros, meta é impactar 5 milhões até 2032
Repórter de ESG
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 11h00.
Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 17h56.
Rosa Santos, pernambucana, mãe e ativista ambiental, sempre soube que queria empreender, mas não sabia como – e muito menos por onde começar. Seu sonho era fazer tudo no quintal de casa, então ela começou a produzir alguns alimentos de forma artesanal. Em 2022, decidiu participar do Bora Empreender Com Comida, o primeiro projeto do Bora Hub, iniciativa da Ambev voltada a capacitar mulheres para que se tornem empreendedoras no universo da gastronomia. Assim nasceu o Cozinha Artezanal, negócio que produz pães, roscas salgadas e doces e até 'caldinhos'.
“Foi um divisor de águas na minha vida, uma virada de chave. Eu fazia produtos e vendia, mas não era um negócio profissional. Hoje estou totalmente diferente, me tornei uma empresa e tenho uma visão de futuro. Se tornou uma realidade e traz a segurança de um futuro melhor para mim e minha família”, disse Rosa, à EXAME, sobre sua participação no Bora.
Lançado em 2022, o hub de inclusão produtiva da Ambev já impactou 500 mil brasileiros e tem como nova meta chegar a 5 milhões até 2032. Foram mais de 30 projetos implementados, com uma geração de R$ 620 milhões em renda durante os dois anos. Agora, o próximo passo da companhia é a expansão, entendendo que é preciso atuar junto a um grande ecossistema de parceiros, visando gerar mais oportunidades de renda, conexões e conhecimento. A nova etapa do Bora foi anunciada em evento da companhia na semana passada e convidou empresas de diversos setores a fazerem parte.
Carla Crippa, vice-presidente de impacto e relações corporativas da Ambev, destacou à EXAME que a sustentabilidade não é parte da companhia, e sim é o próprio negócio, pensado com um olhar integrado entre os pilares sociais e ambientais. “Quando você pensa nos nossos produtos, nós dependemos de ter uma natureza saudável. A cadeia como um todo é ‘do campo ao copo’, é muito extensa e precisa ser resiliente”, disse.
Dentro do pilar social, a executiva ressalta um olhar atento para a questão da desigualdade, desemprego e pobreza. “É aí que o Bora entra: neste território de gerar perspectivas melhores para as pessoas, mais renda, oportunidade, emprego e trabalho. No fim das contas, não existe uma solução única para os problemas sociais, é preciso entender as causas para poder endereçar”. Com esta premissa, o hub atua em vários campos e permite às empresas parceiras contribuírem com o que fizer mais sentido. São desde oferta de vagas, até cursos profissionalizantes, e projetos focados em áreas como economia criativa, gastronomia, tecnologia, agricultura e construção civil.
“Só na Ambev, nós temos 1,2 milhão de pontos de venda como bares e restaurantes, que precisam de mão de obra qualificada e fornecedores. O ecossistema facilita e descentraliza os elos de conexão”, destacou Crippa.
Junto com a Oppen social, o projeto desenvolveu uma métrica para medir o impacto do programa e a diferença entre os participantes nos quesitos renda e ocupação. Carlos Pignatari, diretor de impacto social da Ambev, complementou que o objetivo é sempre girar a economia – seja pelo empreendedorismo ou trabalho – e escalar. “Estamos sempre falando de conhecimento, por meio de formação, treinamento e mentoria, e também de grana e conexão”.