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Álbum de figurinhas do Brasileirão usa Braille e audiodescrição como ferramentas de acessibilidade

Parceria entre Panini e Fundação Dorina Nowill para Cegos utiliza da impressão com relevo para incluir população cega ou com baixa visão

Parceria entre as empresas começou na Copa do Mundo de 2022

Parceria entre as empresas começou na Copa do Mundo de 2022

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 15h40.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 15h43.

A editora Panini e Fundação Dorina Nowill para Cegos, organização voltada para a inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão, acabam de lançar o álbum de figurinhas com recursos inclusivos do Campeonato Brasileiro.

O material foi criado para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência visual. A área de colagem das figurinhas passa a contar com relevo em Braille, além de uma referência numérica para que o consumidor com deficiência visual possa colar as figuras no lugar correto.

É a primeira vez que um campeonato nacional conta com um álbum de figurinhas inclusivo para pessoas com deficiência.

QR code com audiodescrição do conteúdo do álbum, além da impressão em relevo Braille e a classificação numérica

Audiodescrição: entenda a técnica

Além disso, o álbum conta com QR codes que oferecem a audiodescrição, ou seja, uma tradução das imagens em áudio, sobre as equipes, atletas, uniformes e demais elementos visuais presentes nas páginas. O objetivo é que pessoas cegas ou com baixa visão possam ter a experiência completa de um colecionador, sem que outra pessoa não-cega precise ajudar ao colar os adesivos ou descrever o que está sendo representado.

Por nota, a Fundação Dorina aponta que a estratégia parte da busca pela socialização, união e sensação de pertencimento, que já acontece entre os colecionadores de figurinhas sem deficiência, e agora permitida também para pessoas com deficiência visual.

A parceria entre as empresas existe desde a Copa do Mundo de 2022, quando um garoto cego de 11 anos, chamado Pedro Maron, viralizou nas redes sociais após ter criado seu próprio álbum de figurinhas inclusivo. Na ocasião, a Panini convidou Pedro para conhecer a gráfica da editora em São Paulo. A empresa se uniu à Fundação para produzir um álbum acessível para o garoto.

Consultoria com pessoas cegas

No projeto atual, enquanto a Panini é a responsável pela produção, planejamento e impressão dos álbuns e figurinhas, a Fundação Dorina fica com a consultoria técnica, contando inclusive com consultores cegos para avaliar os pontos necessários para garantir a inclusão.

A companhia relata que entre os desafios técnicos estava a impressão em relevo para a adaptação ao Braille: como os álbuns são impressos em frente e verso, o design teve que ser repensado para permitir a escrita em revelo pelo Braille.

Para Martina Limoni, diretora de marketing da Panini América Latina, o lançamento representa um momento histórico para a atuação da companhia, famosa pela tradição dos álbuns de figurinhas e histórias em quadrinhos. “O álbum acessível do Brasileirão 2024 tem o mesmo conteúdo do convencional, o que torna a paixão pelo colecionismo ainda mais democrática”, explica.

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