AkzoNobel transforma resíduos em matéria-prima para produção de tintas
A companhia holandesa avança em economia circular com um projeto de reaproveitamento de 30% do lodo industrial na unidade de Mauá, em São Paulo
Repórter de ESG
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 08h00.
A AkzoNobel, companhia holandesa de tintas e revestimentos, desenvolveu um projeto pioneiro no setor de reaproveitamento do lodo industrial em sua unidade de Mauá (SP). Ao transformar o resíduo gerado na fabricação da tinta Coral Pinta Piso em matéria-prima para a produção, a empresa avança em economia circular e reduz o descarte em aterros.
Atualmente,30% do lodo fruto do tratamento de efluentes é reutilizado na produção de tintas. O restante do material, tratado e não contaminado, é transformado em briquetes para recuperação energética. Com 100% de reaproveitamento, a AkzoNobel busca alcançar sua meta de zerar resíduos destinados a aterros até 2030.
A Coral Pinta Piso, utilizada especialmente em ambientes internos e externos, utiliza a matéria-prima sustentável para formular cores intensas, como cinza, vermelho e verde. Em 2024, o segmento registrou crescimento de 8,5% no mercado de tintas, segundo a ABRAFATI. Além do Brasil, o produto é exportado para países como Bolívia, Paraguai, Reino Unido e África do Sul.
Impacto ambiental
Elaine Poço, diretora de Pesquisa & Desenvolvimento e Sustentabilidade da AkzoNobel LATAM, destaca que oprojeto é parte de uma estratégia maior da AkzoNobel para alcançar 100% da circularidade até o fim desta década.Aliado com o reúso da água também na unidade em Mauá, é capaz de reduzir cerca de 260 toneladas de emissões anuais de CO₂ -- o equivalente à absorção de mais de 30 mil árvores.
Além disso, é integrado ao manejo sustentável realizado na Reserva Coral Tangará, área de 700 mil m² dentro da unidade. Desde o início das ações de reflorestamento, a vegetação nativa do local cresceu de 5% para 90%, contribui para a recarga de águas subterrâneas e abriga 125 espécies de fauna.
A água utilizada na fábrica é tratada em uma estação própria, onde passa por uma membrana de ultrafiltração que retém até vírus e bactérias. Com um investimento de R$ 13 milhões, a empresa passou a reaproveitar todo recurso hídrico em seus processos, eliminando descartes.