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1,4 milhão de toneladas de plástico foram encaminhadas para reciclagem em 2023, apesar de desafios

Resultados marcaram ano marcado pela queda dos preços nas commodities petroquímicas, perda de produtividade nas cooperativas e diminuição da força de trabalho

Em 2023, os plásticos de primeiro uso ficaram mais comercialmente atraentes do que os reciclados (China Photos / Stringer/Getty Images)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 16h11.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 11h57.

Em 2023, 28% das embalagens plásticas passaram pela reciclagem e voltaram à indústria. A informação é do Estudo Anual sobre Reciclagem de Plásticos no Brasil, produzido pelo Movimento Plástico Transforma (MPT) e divulgado com exclusividade à EXAME.

Em um ano difícil para a cadeia de reciclagem, marcado pela queda nos preços de commodities petroquímicas,os plásticos de primeiro uso ficaram mais atraentes do que a matéria reciclada, tendência vista tanto no mercado nacional quanto no internacional. O efeito na indústria da reciclagem foi uma variação no crescimento que vinha sendo apresentado nos últimos anos.

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Ao todo, 1,4 milhão de toneladas de resíduos plásticos foram encaminhados a reciclagem no país, das quais 68% derivam de embalagens e 23% têm origem dos resíduos pós-industriais.

Uma mudança percebida foi a perda da produtividade das cooperativas, motivada pela diminuição na força de trabalho no setor. Segundo o estudo, o motivo é a desvalorização do potencial de reciclagem dos resíduos e abaixa remuneração oferecida aos cooperados. A partir disso, o relatório aponta para uma queda na porcentagem de produtos que têm como origem as cooperativas.

Cerca de 30% dos materiais chegaram à recicladora a partir dos sucateiros; 19% pelos beneficiadores; 13% a partir das empresas de gestão de resíduos e apenas 11% pelas cooperativas. Catadores independentes foram responsáveis por 1% do plástico coletado, mesma quantia dos aterros, enquanto as fontes geradoras retornaram 2%.

Resina reciclada

Todo o material coletado permitiu que quase940 mil toneladas de resinas recicladas pós-consumo fossem produzidas no ano passado. O setor que mais consumiu o material reciclado foi o de alimentos e bebidas (16%), seguido por construção civil e infraestrutura (13%). As áreas de higiene pessoal, cosméticos e limpeza doméstica (12%), utilidades domésticas (8%) e automotivo (7%) também foram destacadas.

A região que mais produziu o material reciclado foi o Sudeste, com 510 mil toneladas, seguido pelo Sul, com 256 mil, e o Nordeste, com 119 mil. Em seguida está o Centro-Oeste, com 39 mil toneladas de resina reciclada produzidas e o Norte, com a menor produção por região, com 12 mil toneladas produzidas.

Reciclagem mecânica

O índice de reciclagem mecânica, ou seja, a razão da quantidade de plástico pós-consumo reciclado pelo volume gerado, é de 20,6%.

Já o índice de recuperação, que considera a quantidade de resíduo reciclado e as perdas no processo, teve resultado de 24,3%. A recuperação das embalagens ficou em 28,6%.

De acordo o estudo, o faturamento bruto nominal do setor de reciclagem plástica foi de R$ 3,788 milhões no último ano, gerando mais de 18 mil empregos diretos. A capacidade instalada do setor é de 2.385 mil toneladas, o que representa um faturamento de R$ 2.998 por tonelada.

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