Nova política industrial vai abordar a descarbonização da economia e transformação digital
Documento elaborado pela CNI e enviado ao governo federal propõe quatro missões para a retomada do crescimento econômico com geração de empregos
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Publicado em 18 de agosto de 2023 às 08h30.
A nova política industrial está em elaboração, mas o documento de autoria do governo federal conta com sugestões do setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou um Plano de Retomada da Indústria, com quatro missões estratégicas para a descarbonização da economia, transformação digital, saúde e segurança sanitária e defesa e segurança nacional.
Ao portal da CNI, o presidente da Confederação, Robson Braga de Andrade, afirmou que a ausência de uma política industrial clara, com objetivos e benefícios, é um dos motivos para o Brasil ter perdido relevância nas últimas décadas. “As principais economias do mundo estão empenhadas em ações de desenvolvimento voltadas à inovação, à sustentabilidade e à competitividade internacional. Responder a esses desafios é uma urgência para todos nós, do poder público e do setor privado”, informou.
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A neoindustrialização brasileira precisa estar alinhada às tendências de sustentabilidade, devido à mudança climática e às metas de redução de gases do efeito estufa (GEEs), bem como à transição energética, digitalização e inovação, para a retomada do desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.
De acordo com Andrade, “as políticas industriais modernas vão além do incentivo a determinados setores. Elas partem de uma abordagem sistêmica, com visão de longo prazo, e exigem coordenação e governança de alto nível”.
Um dos passos em direção à neoindustrialização foi a retomada do Conselho Nacional de Política Industrial (CNDI), vinculado à Presidência da República, que reúne diferentes entidades da sociedade civil.
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Para que as ações surtam o efeito esperado, é preciso que a infraestrutura nacional esteja adequada aos padrões internacionais, incentivos para o desenvolvimento à ciência e qualificação profissional, melhoria do ambiente de negócios – com a redução do chamado Custo Brasil – e ampliação das exportações e mercados.
O Plano de Retomada da Indústria reúne 60 medidas transversais para modernização de processos produtivos, redução dos custos de produção e inserção de empresas brasileiras no mercado global. Trata de temas como tributação, acesso ao crédito, comércio exterior, segurança jurídica, infraestrutura, inovação, relações do trabalho, educação e desenvolvimento regional.
Missões
A CNI estabeleceu programas de trabalho com ações específicas para cada uma das missões. Para d escarbonização da economia, deverão ser estimulados processos com baixa emissão de CO2, transição energética, promoção da bioeconomia e economia circular e conservação florestal.
Com a adoção da iniciativa, é esperada uma oferta maior de fontes limpas de energia a um custo menor, implementação da cadeia de valor do hidrogênio e redução do desmatamento ilegal.
A transformação digital poderá capacitar as pequenas e médias empresas a participar de cadeias globais, o que deverá aumentar a produtividade, competitividade nacional, qualidade de produtos e serviços, com eficiência energética e redução de impactos ambientais.
Na área de saúde e segurança sanitária, a ideia do plano é universalizar o acesso e promover o desenvolvimento competitivo da cadeia de produção e exportação de medicamentos, vacinas, testes, protocolos, equipamentos e serviços. A medida pretende reduzir a dependência por insumos importados e garantir um atendimento de saúde de qualidade à população.
Para defesa e segurança nacional, o objetivo é apoiar o desenvolvimento das cadeias do complexo industrial com foco em tecnologia, inovação e autonomia.