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Gustavo Montezano: novo tom no BNDES

À frente da empresa pública desde 2019, o bancário vindo do mercado financeiro privado imprimiu novo estilo, estrutura e forma de atuação do banco de desenvolvimento

Presidente do BNDES, Gustavo Montezano (Adriano Machado/Reuters)

Presidente do BNDES, Gustavo Montezano (Adriano Machado/Reuters)

Gustavo Montezano é um dos mais jovens executivos a presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES. À frente da empresa pública desde 2019, o bancário vindo do mercado financeiro privado imprimiu novo estilo, estrutura e forma de atuação do banco de desenvolvimento, hoje, uma das instituições do tipo que mais investem em projetos sustentáveis no mundo.   

Em reunião realizada pela Esfera Brasil, o gestor apresentou as mudanças e avanços realizados na sua gestão de três anos à frente da instituição e falou das mudanças que considera irreversíveis na forma de atuação do BNDES.

Mestre em economia pelo Insper, com carreira expoente no mercado financeiro, o engenheiro filho de professor contou que trouxe de Londres, onde atuava, a certeza que que o ESG, Environmental, Social and Governance,   seria o caminho incontornável para o mercado.  

No Brasil, ingressou no Ministério da Economia de Paulo Guedes e, em seguida, aos 39 anos de idade, assumiu a presidência da empresa pública, um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, onde, já no primeiro ano de gestão, implementou o sistema de fundos garantidores, que viabilizaram, segundo ele, o salvamento de pequenas e médias empresas no primeiro ano da pandemia, além de concretizar o início de projetos de viés sustentável com benefícios sociais e ambientais para o país.

Montezano falou sobre o trabalho na recuperação da imagem do BNDES e disse que o banco está preparado para responder a questionamentos que podem voltar durante a disputa eleitoral. “Implementamos uma mudança cultural no BNDES, que era um banco fechado, com medo de se expor. O banco apanhou muito em sua reputação, e não vou entrar em meandros jurídicos. Mas até hoje nenhuma irregularidade foi verificada.”

Fim das indicações políticas

Ele ressaltou também a eminência técnica dos quadros do BNDES e o fim das indicações políticas na empresa. “Mas mesmo os políticos estão percebendo que assim funciona melhor. Não tem como não acompanhar o mercado.”

Para o gestor,  a prestação contínua de contas à sociedade transformou a imagem do banco, que hoje trabalha com a lógica de projetos, com visibilidade para a sociedade brasileira. Para ele, a transformação na forma de atuação do banco era vital para a recuperação da imagem do BNDES, o que, nas palavras dele, protege os executivos, atrai negócios e multiplica a atuação da empresa pública

Montezano falou do foco no mercado de crédito de carbono, em projetos voltados aos parques que abrigam reservas ambientais e a necessidade de o Brasil se unir nesse momento de decisão eleitoral. “Por isso agradeço o convite de estar aqui”, respondeu ele à pergunta de como ele entende ser possível manter as inovações que implementou no BNDES. “Com a ajuda de vocês, daqui a 13, 15, 17 anos, o BNDES vai continuar atuando pelos impactos positivos no país.” O executivo encerrou a noite desejando que mais iniciativas de diálogo como a proposta pela Esfera Brasil se multipliquem pelo país.

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