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Situação da economia retratada pelo PIB é dramática, diz Anfavea

A entidade que representa as montadoras do país considera que a economia segue sem reagir e cobra que o governo tire do papel o programa de concessões

PIB: para a associação das montadoras, os investimentos serão o principal motor da recuperação econômica em 2017 (./Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2017 às 15h29.

São Paulo - A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras instaladas no País, classificou como "dramática" a situação da economia retratada pelo Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado.

"O Brasil nunca passou por uma experiência como essa", disse o presidente da associação, Antonio Megale, ao apresentar para a imprensa o desempenho da indústria automobilística no mês passado, quando as vendas de veículos caíram ao número mais baixo em 11 anos.

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Embora tenha elogiado a melhora dos fundamentos econômicos, como a inflação que converge para abaixo do centro da meta de 4,5%, Megale considerou que a economia segue sem reagir e cobrou que o governo tire do papel o programa de concessões para incentivar investimentos em infraestrutura.

Para a associação das montadoras, os investimentos serão o principal motor da recuperação econômica em 2017.

"É importante que as concessões comecem a acontecer e o PIB volte a crescer. Sem isso, será difícil uma retomada mais expressiva tanto de caminhões quanto de máquinas agrícolas", afirmou o executivo.

Previsões

Diante de uma base fraca de comparação, a Anfavea manteve suas previsões que apontam a um crescimento de 11,9% da produção das montadoras e de 4% do consumo de veículos no País, tendo como premissa um aumento de 0,5% aguardado na atividade econômica brasileira neste ano.

Megale assinalou que as vendas de março serão melhores do que as do resultado considerado frustrante do mês passado. Porém, ainda que veja uma estabilização do mercado, o executivo acredita que a recuperação só será mais consistente no segundo semestre.

FGTS

Para o presidente da Anfavea, a indústria automobilística poderá se beneficiar da injeção de recursos vinda dos resgates de contas inativas do FGTS. "Esperamos que boa parte desses recursos venha a nosso setor", comentou.

Apesar disso, ponderou que o efeito da medida sobre o consumo será pontual, já que o País não poderá contar todo ano com recursos extras de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões.

Mercado fraco

O resultado de fevereiro, quando as vendas de veículos no Brasil caíram 7,8% em relação a janeiro, foi afetado, segundo a Anfavea, pelo calendário enxuto - de apenas 18 dias úteis -, pela queda nos financiamentos, cuja participação nas vendas caiu para 51,3%, e pela paralisia do mercado no Espírito Santo durante a greve na Polícia Militar.

Mas mesmo levando em conta essas dificuldades, Megale avaliou que o mercado continua fraco.

Como reflexo dos esforços do governo em fechar novos acordos comerciais e das empresas em diversificar mercados, as exportações, que tiveram o melhor primeiro bimestre da história, ajudam, mas, segundo Megale, não são suficientes para aliviar a ociosidade nas montadoras. A ociosidade no setor chegou a 52% - ou 80% nas fábricas de caminhões, onde o cenário foi descrito como um "desastre absoluto".

Apesar da alta de 28,1% no primeiro bimestre, a produção de veículos parte de uma base de comparação fraca, disse o executivo.

"Quando comparamos com a série histórica, excluindo 2016, estamos de volta aos níveis de produção de 2006 ou 2009. Ainda é um número baixo", observou o titular da Anfavea.

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