Economia

Renegociações devem envolver redução de juros, diz Braga

Renegociação dos empréstimos contratados por distribuidoras de energia deverá envolver redução de taxas de juros, segundo o ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga: "não faz sentido não alongarmos o contrato e não revisarmos a taxa de juros" (Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga: "não faz sentido não alongarmos o contrato e não revisarmos a taxa de juros" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 16h02.

Brasília - A renegociação dos empréstimos contratados em 2014 por distribuidoras de energia junto a bancos deverá envolver redução de taxas de juros dos financiamentos e alongamento de prazos, defendeu nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em entrevista à Reuters.

Segundo o ministro, após a definição do repasse da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para as tarifas de eletricidade, a situação de geração de caixa das distribuidoras vai melhorar e comportará uma revisão do contrato de empréstimos das empresas junto aos bancos.

"A qualidade do recebível melhorou. A geração de caixa melhorou, portanto não faz sentido não alongarmos o contrato e não revisarmos a taxa de juros que foi cobrada, que foi taxa de juros de mercado, porque o risco é menor", disse Braga. "Claro que tem de reduzir (os juros)", insistiu.

No ano passado, os bancos concederam dois empréstimos no total de 17,8 bilhões de reais às distribuidoras de energia do país para ajudá-las a fazer frente aos pesados gastos gerados pela compra de energia no mercado de curto prazo.

Um último empréstimo, de 2,5 bilhões de reais, ainda será buscado para quitar as despesas de novembro e dezembro das distribuidoras no mercado de curto prazo.

Segundo Braga, a renegociação das condições dos empréstimos de 2014 ao setor será feita conjuntamente com as tratativas para a liberação do financiamento adicional agora.

Sem racionamento

O ministro descartou a necessidade de o governo realizar qualquer tipo de racionamento de energia e tampouco de fazer uma campanha pela racionalização do consumo pela população.

Segundo ele, o regime de "bandeiras tarifárias", que começou a vigorar em janeiro, será suficiente para garantir que os consumidores economizem energia.

Na segunda-feira, um pico na demanda por energia aliado a um problema na transmissão de eletricidade para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste obrigou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a ordenar um corte na carga pelas distribuidoras, o que causou um blecaute em pelo menos 10 Estados do país e no Distrito Federal.

O ministro afirmou que o sistema de bandeiras, que repassa mensalmente às tarifas de eletricidade parte da eventual elevação dos custos de geração de energia, fará com que os consumidores passem a agir como o usuário de telefone celular, que sabe quando está usando serviços mais caros, como roaming ou ligações para números de outras operadoras.

"Alguém fez campanha para fazer economia de uso de celular? As pessoas são suficientemente inteligentes, e num mercado livre e democrático as pessoas optam de que forma querem fazer o uso de seu dinheiro", disse Braga.

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