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Reforma da Previdência não atinge mais pobres, diz Temer no SBT

Presidente afirmou que é preciso derrubar algumas mentiras sobre a proposta, como a que afirma que os trabalhadores vão precisar trabalhar até morrer

Temer: "esta (reforma da) Previdência não prejudica os pobres, os trabalhadores rurais estão excluídos (do projeto) e os deficientes físicos também" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 06h52.

Última atualização em 29 de janeiro de 2018 às 11h18.

São Paulo - A um mês do prazo previsto pelo governo para os deputados votarem a reforma da Previdência na Câmara, o presidente Michel Temer (MDB) defendeu a proposta e, em entrevista gravada ao apresentador Silvio Santos, no SBT, disse que a medida não afeta os mais pobres e só vai ter consequência para quem ganha salários maiores no País.

"Esta (reforma da) Previdência não prejudica os pobres, os trabalhadores rurais estão excluídos (do projeto) e os deficientes físicos também", disse Temer, em conversa gravada no último dia 18 e exibida na noite deste domingo, 28.

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"Quem vai sofrer uma pequena consequência é quem ganha 13, 14, 15, 20 mil reais", afirmou, destacando o estabelecimento de uma previdência complementar para quem deseja se aposentar com valores acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.531,31).

No programa, o presidente disse ao apresentador que, se o Brasil não fizer as mudanças no sistema previdenciário, pode chegar a situações de países como Portugal e Grécia, que cortaram vencimentos dos servidores públicos.

Em uma tentativa de esclarecer a necessidade da reforma, o presidente afirmou que é preciso derrubar algumas mentiras sobre a emenda da Previdência, como a que afirma que os trabalhadores vão precisar trabalhar até morrer.

"Não é verdade. Hoje quem completa tempo de contribuição pode se aposentar com 55 anos. Vai se aposentar com 65 daqui a 20 anos."

Temer voltou a falar que, quando a população viver em média "até os 120 anos de idade", uma nova programação previdenciária precisará ser feita. Ele citou projeções de déficit no sistema previdenciário de R$ 189 bilhões neste ano e de R$ 220 bilhões no próximo ano.

Recebendo apoio explícito de Silvio Santos, Temer disse que "já há uma compreensão na sociedade e no Congresso" de que é necessário aprovar a reforma, mas que ainda é preciso sensibilizar os deputados. "Se a vontade popular compreender isso, os deputados vão lá e depositam seu voto favoravelmente, portanto, ajudam o País", declarou.

No fim da conversa, que durou pouco mais de 13 minutos, Temer fez uma brincadeira com o apresentador e deu uma nota de R$ 50 a Silvio Santos. "Eu vou fazer uma coisa que você faz com suas colegas de trabalho, eu vou passar um dinheiro para você", falou, antes de dar a nota.

Assim como fez no programa do dono do SBT, Temer concedeu entrevista para o apresentador Ratinho, cujo programa vai ao ar a partir das 22h45 desta segunda-feira, 28.

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