Por que a inflação só deve recuar em 2017?
A última vez que a inflação anual no Brasil ficou coladinha na meta foi em 2009. De lá para cá, rondou a casa dos 6% e, neste ano, vai bater perto de 9,5%
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 12h58.
Em política monetária, a gente fala que a meta de inflação proposta pelo governo serve de âncora para as expectativas de inflação. Essa âncora, em tese, faz o papel de… hmmm, bem… de ANCORAR.
Supostamente, a meta de inflação anunciada serve de guia para a sociedade e para os mercados. Produtores passam a reajustar seus preços de acordo com a meta anunciada e tudo na economia se torna mais previsível, mais estável – supostamente.
Veja você: isso depende crucialmente das pessoas acreditarem na meta anunciada. E, para isso, o que é necessário? Que o Banco Central tenha o bom hábito de trabalhar por uma inflação sempre ali bem perto – por vezes um pouco acima ou abaixo – da tal meta. Caso contrário, deixa de ser meta e vira piada de boteco.
Pois bem. A última vez que a inflação anual no Brasil ficou coladinha na meta foi em 2009, ano de crise mundial. De lá para cá, rondou a casa dos 6% (com meta, ainda vigente, de 4,5%) e, neste ano, vai bater perto de 9,5%.
Por que sempre tão longe da meta?
Há alguns anos, por culpa do próprio Banco Central , que praticou política muito frouxa de juros. Mais recentemente, por causa (1) da situação fiscal do governo, que gasta consistentemente acima do que arrecada; e (2) do reajuste (necessário, diga-se) de tarifas, como as da conta de luz e dos combustíveis.
O ponto é: por erros do passado, ninguém mais leva muito a serio a meta anunciada ano após ano.
Desde meados deste ano, o Banco Central prometia, de pés juntíssimos, entregar inflação de 4,5% em 2016. Sempre pareceu irrealista, dado que a bichinha vai fechar este ano acima dos 9%. Mas já jogaram a toalha: agora, o prazo para o avanço médio dos preços desacelerar parece mais realista. Inflação dentro da meta, nas novas previsões do Banco Central, só em 2017.
E, de fato, faz sentido ser mais realista. A política econômica dos últimos cinco anos é que não fez sentido algum. E é por causa dela que estamos nesta encruzilhada, de inflação alta e crescimento econômico baixo.
Em política monetária, a gente fala que a meta de inflação proposta pelo governo serve de âncora para as expectativas de inflação. Essa âncora, em tese, faz o papel de… hmmm, bem… de ANCORAR.
Supostamente, a meta de inflação anunciada serve de guia para a sociedade e para os mercados. Produtores passam a reajustar seus preços de acordo com a meta anunciada e tudo na economia se torna mais previsível, mais estável – supostamente.
Veja você: isso depende crucialmente das pessoas acreditarem na meta anunciada. E, para isso, o que é necessário? Que o Banco Central tenha o bom hábito de trabalhar por uma inflação sempre ali bem perto – por vezes um pouco acima ou abaixo – da tal meta. Caso contrário, deixa de ser meta e vira piada de boteco.
Pois bem. A última vez que a inflação anual no Brasil ficou coladinha na meta foi em 2009, ano de crise mundial. De lá para cá, rondou a casa dos 6% (com meta, ainda vigente, de 4,5%) e, neste ano, vai bater perto de 9,5%.
Por que sempre tão longe da meta?
Há alguns anos, por culpa do próprio Banco Central , que praticou política muito frouxa de juros. Mais recentemente, por causa (1) da situação fiscal do governo, que gasta consistentemente acima do que arrecada; e (2) do reajuste (necessário, diga-se) de tarifas, como as da conta de luz e dos combustíveis.
O ponto é: por erros do passado, ninguém mais leva muito a serio a meta anunciada ano após ano.
Desde meados deste ano, o Banco Central prometia, de pés juntíssimos, entregar inflação de 4,5% em 2016. Sempre pareceu irrealista, dado que a bichinha vai fechar este ano acima dos 9%. Mas já jogaram a toalha: agora, o prazo para o avanço médio dos preços desacelerar parece mais realista. Inflação dentro da meta, nas novas previsões do Banco Central, só em 2017.
E, de fato, faz sentido ser mais realista. A política econômica dos últimos cinco anos é que não fez sentido algum. E é por causa dela que estamos nesta encruzilhada, de inflação alta e crescimento econômico baixo.