Desemprego: taxa de desocupação seguiu caindo em julho e foi a 9,1% (Marcos Santos/Agência USP)
Carolina Riveira
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 09h06.
Última atualização em 31 de agosto de 2022 às 11h03.
A taxa de desocupação no mercado de trabalho brasileiro caiu para 9,1% no trimestre entre maio e julho, segundo divulgado nesta quarta-feira, 31, na Pnad Contínua, do IBGE. No trimestre até junho, a taxa estava em 9,3%.
O desemprego oficial é o menor desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, segundo o IBGE.
O número de desempregados no Brasil chegou a 9,9 milhões de pessoas no período, ante 10,1 milhões no trimestre até junho.
O número do trimestre veio levemente acima do consenso do mercado, que projetava desemprego em 9,0%.
"Nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, disse em nota divulgada pelo IBGE a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do Instituto, Adriana Beringuy.
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Na comparação anual, todos os grupos pesquisados pelo IBGE tiveram saldo positivo de vagas, com exceção da agricultura, que ficou estável em relação ao ano passado.
No trimestre, dentre os setores de atividades com abertura de postos de trabalho, se destacaram no saldo positivo os grupos "comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas" (alta de 3,7% e 692 mil novas pessoas) e "administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais" (alta de 3,9% ou 648 mil novas pessoas).
O rendimento real habitual voltou a crescer após dois anos e ficou em R$ 2.693, alta de 2,9% em relação ao trimestre anterior encerrado em abril, mas queda dos mesmos 2,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar da melhora, na série histórica iniciada em 2012, o rendimento real ainda é o pior desde 2013. O valor final inclui a correção pela inflação, que chegou a 10,1% no acumulado de 12 meses até julho e tem corroído a renda dos brasileiros.
Além disso, como a EXAME mostrou, o cenário de desemprego ainda alto vivido pelo país faz com que trabalhadores tenham menos espaço para negociar salários, apesar da recuperação das vagas.
Já no agregado, com o maior número de pessoas trabalhando, a massa de rendimento subiu. A massa de rendimento real habitual (R$ 260,7 bilhões), que é a soma dos ganhos de toda a população, cresceu 5,3% frente ao trimestre anterior e 6,1% na comparação anual.
A taxa composta de subutilização foi a menor desde junho de 2016 e ficou em 20,9%, caindo 1,6 p.p. no trimestre e 7,0 p.p. no ano.
A população desalentada, que não está empregada mas desistiu de procurar trabalho (e por isso não entra na contagem oficial da taxa de desocupação), caiu para 4,2 milhões, queda de 5,0% em relação ao trimestre anterior.
O nível de ocupação foi de 57%, isto é, com mais da metade da população economicamente ativa trabalhando. No pior da pandemia em 2020, o número havia chegado a menos da metade.
Em valores absolutos, o contingente de pessoas ocupadas ficou em 98,7 milhões, o mais alto da série histórica iniciada em 2012.
O contingente aumentou 2,2% frente ao trimestre anterior, encerrado em abril (com 2,2 milhões de novas pessoas no mercado de trabalho), e quase 9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
A taxa de informalidade caiu de 40% em junho para 39,8% da população ocupada no trimestre até julho.
Ao todo, o número de trabalhadores informais ficou em 39,3 milhões de pessoas, ainda o maior da série histórica desse indicador (iniciado somente em 2016).
Todos os grupos de trabalho tiveram alta, mas a maior variação veio no grupo dos empregados sem carteira assinado no setor privado, que subiram 20% desde o ano passado. Na outra ponta, o número de empregadores (alta anual de 16%) também foi destaque.
A divisão por categoria de trabalho no trimestre foi: