A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje que espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) menor que o governo para 2002. A expectativa é que o crescimento fique em torno de 2%, enquanto a previsão do governo é de 2,8%, segundo documento divulgado ontem pelo Banco Central.

O número consolidado do PIB referente ao ano passado será divulgado apenas no início de fevereiro, tanto pela CNI, quanto pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).

No documento "Economia Brasileira: Desempenho e Perspectivas", a CNI afirma que apesar do cenário apontar uma evolução favorável da economia para 2003, o ritmo da atividade econômica deverá ser apenas "levemente superior ao observado em 2002". Os números da CNI, que ainda não estão fechados, apontam para um crescimento de 1% do PIB no ano passado.

O documento mostra que o crescimento será impulsionado principalmente pelos segmentos voltados para o atendimento da demanda externa e à substituição de importações. A recuperação doméstica deverá manter-se "contida", mas a expectativa é de que o consumo interno apresente desempenho superior ao de 2002.

O saldo da balança comercial deverá alcançar 15,5 bilhões de dólares em 2003, cerca de 2,2 bilhões acima do resultado de 2002. Os economistas da Unidade de Política Econômica da CNI apostam no superávit comercial para a redução do déficit em conta corrente, que deverá ficar em torno de 5 bilhões de dólares no próximo ano (existe uma expectativa positiva em relação ao aumento gradual dos investimentos estrangeiros diretos).

Por outro lado, as exportações deverão crescer 8,5%, passando de 60,4 bilhões de dólares para 65,5 bilhões, menos que os 10% estimados pelo governo. As importações deverão passar de 47,2 bilhões de dólares no ano passado para 50 bilhões em 2003, o que corresponde a um crescimento de 6%. Com esses resultados, a corrente de comércio (exportações + importações) apresentarão um crescimento superior a 7% em relação a 2002, índice mais intenso, segundo a CNI, que o ritmo de crescimento do comércio mundial.