Paulo Skaf é;o novo presidente da Fiesp; Vaz vence no Ciesp

Paulo Skaf foi eleito, nesta quarta-feira (25/8), o novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Skaf, candidato da oposição, recebeu 70 dos 122 votos em jogo. Oriundo do setor têxtil, o empresário foi apoiado, entre outros, por Benjamin Steinbruch (CSN), Josué Gomes da Silva (Coteminas, filho do vice-presidente José Alencar) e Aloízio Mercadante, líder do governo no Senado. Já o empresário Cláudio Vaz, candidato do atual presidente Horácio Lafer Piva, ficou com os 52 votos restantes e contou com o apoio de Antonio Ermírio de Moraes (Votorantim) e Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau). Mesmo derrotado na Fiesp, Vaz conquistou a presidência do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Será a primeira vez que Fiesp e Ciesp terão presidentes distintos.

Durante o dia, os dois candidatos se consideraram eleitos. Vaz declarou à imprensa ter mais de 62 votos do colégio eleitoral da Fiesp (um voto por sindicato filiado). Skaf, mais ambicioso, assegurou controlar mais de 70 votos. A milionária campanha pela presidência da Fiesp foi avaliada como a mais acirrada da história da entidade (leia ainda reportagem da revista EXAME com detalhes da disputa, como custo da campanha, propostas de atuação e apoios).

Diferenças

Vaz propunha uma reestruturação interna da Fiesp - entidade com um orçamento de quase 1 bilhão de reais - e defendia o distanciamento do governo. Skaf, que comandará a Fiesp até 2007, faz questão de dizer que é amigo do presidente Lula e defende que a Fiesp pressione Brasília por suas reivindicações. O atual presidente, que encerra o segundo mandato hoje, parece conformado com um papel menor para a federação. "A Fiesp não terá mais a voz que tinha antes. Ela é uma entre tantas", declarou Piva à revista EXAME.

Na outra eleição, para a presidência do Ciesp, Vaz já estava praticamente eleito no fim da noite. Às 22 horas, o candidato contava com 2 235 votos, contra 1 816 para Skaf. Os votos que ainda seriam apurados não eram suficientes para reverter a vantagem. Ao contrário da eleição para a Fiesp, em que cada sindicato tem direito a um voto, no pleito do Ciesp, todo empresário vota.