Economia

Bancos, de novo, na mira do governo

Dentre as dúvidas quanto aos impactos de curto e médio prazo do pacote econômico do governo, uma certeza emerge – os bancos estão entre os maiores afetados. Um dos objetivos do governo é diminuir o spread bancário, a diferença entre os juros pagos pelos bancos e o que eles cobram dos clientes, por meio de […]

ITAÚ UNIBANCO: maior banco privado do país teve alta no lucro, mas a piora na margem financeira fez ação cair / Germano Luders

ITAÚ UNIBANCO: maior banco privado do país teve alta no lucro, mas a piora na margem financeira fez ação cair / Germano Luders

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 20h00.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.

Dentre as dúvidas quanto aos impactos de curto e médio prazo do pacote econômico do governo, uma certeza emerge – os bancos estão entre os maiores afetados. Um dos objetivos do governo é diminuir o spread bancário, a diferença entre os juros pagos pelos bancos e o que eles cobram dos clientes, por meio de uma medida provisória que criará uma duplicata eletrônica.

Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, essa central funcionará como um ambiente em que todos podem acessar o que cada um tem direito a receber. Em teoria, isso ajudaria a conceder crédito com maior garantia, diminuir os riscos de inadimplência e reduzir o custo de crédito principalmente para micro e pequenas empresas. Em teoria.

Para um ex-executivo do Banco Central, dificilmente as medidas anunciadas nesta quinta-feira surtirão efeito. “É um pacote que foi montado em um fim de semana e que não foi liderado pelo ministro da fazenda”, disse.

A tentativa de diminuir o spread dos bancos não é algo novo. Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff definiu a redução dos spreads como um dos pontos principais de seu governo. Naquele ano, Banco do Brasil e Caixa reduziram suas taxas de juros para famílias e micro e pequenas empresas. Com a pressão, os principais bancos privados chegaram a reduzir os juros, mas eles rapidamente voltaram a subir. O problema ficou nos bancos públicos, que foram obrigados a manter as taxas menores e tiveram os caixas consumidos.

Entre as propostas do Governo também está a ampliação do cadastro positivo (que reúne os “bons pagadores”). A ideia é que todos façam parte do Cadastro automaticamente – quem não quiser terá que solicitar a retirada.

“Os bancos cobram juros mais altos porque têm cada vez mais inadimplência. A inadimplência aumenta porque os juros estão mais altos. É um ciclo vicioso que não vai ser quebrado simplesmente com uma duplicata eletrônica ou um cadastro”, afirma Roberto Luis Troster, sócio Troster & Associados.

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