Economia

BC mantém o ritmo e reduz os juros em 0,75 ponto percentual

O corte ficou de acordo com as expectativas do mercado, que esperava uma redução cautelosa em função do fantasma da inflação

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

Atendendo às expectativas do mercado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual. Com isso, a Selic passa a ser de 17,25% ao ano.

O Banco Central já vinha caminhando em uma trajetória de queda desde agosto do ano passado, com reduções de 0,5 ponto percentual a cada reunião. O corte anunciado nesta quarta-feira (18/1), apesar de um pouco maior em valor absoluto, na prática representa o mesmo ritmo que vem sendo praticado pelo Banco Central. Isso porque, como diminuiu o número de reuniões por ano (agora elas acontecem a cada 44 dias), a equipe econômica precisa acelerar o processo de redução da taxa.

"Apesar do desaquecimento do PIB e de setores da indústria, o Copom provou mais uma vez que é guiado pela inflação. O comprometimento com as metas é forte na equipe", diz Alberto Furuguem, consultor da MacroAnálise e ex-diretor do Banco Central para assuntos bancários. Segundo ele, como é impossível prever, de forma exata, a inflação do ano, o Banco Central acaba sendo mais cauteloso.

Durante a semana, analistas de mercado já apostavam em uma redução de 0,75, sendo alguns um pouco mais conservadores na previsão. O economista sênior do Banco Santander, Maurício Molan, acreditava em um corte de meio ponto percentual, mesmo com a diminuição do número de reuniões.

"A medida foi conservadora, pois mantém o ritmo dos últimos cortes. No entanto, a redução de 0,75 mostra que o Banco Central não está tão preocupado com o repique da inflação neste início de ano", diz. Molan.

Entidades reclamam

A decisão de hoje do Copom não agradou algumas entidades de classe. Em nota, o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o empresário Bóris Tabacof, disse que "a economia precisaria de uma redução de, pelo menos, 1%". A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), também consideraram a redução "muito modesta".

Os recentes cortes ainda não livram o Brasil do título de maior cobrador de juros do mundo. Com a redução anunciada hoje, os juros reais praticados no mercado passam a ser de 12,1%, muito atrás de Cingapura, com 6,4%, a segunda colocada no ranking.

2006

Janeiro


17,25 % ao ano
2005

Dezembro


18 % ao ano

Novembro


18,5 % ao ano
Outubro

19 % ao ano
Setembro

19,5 % ao ano

Agosto


19,75 % ao ano

Julho


19,75 % ao ano

Junho


19,75 % ao ano
Maio

19,75 % ao ano

Abril


19,5 % ao ano
Março

19,25 % ao ano
Fevereiro

18,75 % ao ano
Janeiro

18,25 % ao ano

2004
Dezembro

17,75 % ao ano
Novembro

17,25 % ao ano
Outubro

16,75 % ao ano
Setembro

16,25 % ao ano
Agosto

16 % ao ano
Julho

16 % ao ano
Junho

16 % ao ano
Maio

16 % ao ano
Abril

16 % ao ano
Março

16,25 % ao ano
Fevereiro

16,5 % ao ano
Janeiro

16,5 % ao ano

2003
Dezembro

16,5 % ao ano
Novembro

17,5 % ao ano
Outubro

19 % ao ano
Setembro

20 % ao ano

Fonte: BC

Clique aqui para ver a série histórica da Selic desde 5/3/1999

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