Itaú eleva a 4% projeção para aumento do PIB em 2021
Avaliação também elevou a previsão para o dólar ao fim do ano que vem de 4,50 para 5,00 reais, diante da elevada incerteza fiscal
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2020 às 15h40.
Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 16h04.
O Itaú Unibanco aumentou de 3,5% para 4,0% a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2021, com cenário de retomada do consumo no setor de serviços, enquanto elevou a previsão para o dólar ao fim do ano que vem de 4,50 para 5,00 reais, diante da elevada incerteza fiscal.
De modo geral, o banco avalia que a economia deverá se beneficiar de um menor risco de uma segunda onda de covid-19 no Brasil "no curtíssimo prazo".
"Uma primeira onda mais prolongada, a sazonalidade favorável—com temperaturas mais elevadas no Hemisfério Sul—e avanços em testes para uma vacinação ao longo do primeiro trimestre de 2021 diminuem o risco de uma segunda onda do vírus no curtíssimo prazo", afirmou o Itaú em nota divulgada nesta sexta-feira e produzida pela equipe de pesquisa macroeconômica do banco, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central.
"Como a ocupação hospitalar segue controlada, entendemos que ainda é possível continuar a reabertura gradual da economia com relativa segurança", completou.
Para 2020, o Itaú melhorou a projeção de queda do produto interno bruto (PIB) de 4,5% para 4,1% e aumentou também a perspectiva para o desempenho do PIB no terceiro trimestre—para alta de 9,0% ante o segundo trimestre (com ajuste sazonal), ante previsão anterior de expansão de 8,3%. Nos últimos três meses de 2020, a economia avançará 2,5% na mesma base de comparação, conforme as estimativas do banco.
A melhora nos prognósticos do Itaú para a economia veio no dia em que o BC informou aumento do IBC-Br acima do esperado para setembro. Outros bancos também revisaram estimativas.
Mas o Itaú alertou que o país continuará enfrentando riscos do lado fiscal.
"O risco fiscal... permanece elevado e deve seguir assim especialmente até a aprovação do Orçamento de 2021", disse o Itaú, projetando déficits primários de 11,7% do PIB em 2020 e de 2,5% do PIB em 2021.
Faltando apenas mais duas leituras neste ano, o banco privado projeta alta de 3,5% na inflação medida pelo IPCA em 2020, com revisão da projeção para 2021 de 2,8% para 3,1%, incorporando menor apreciação cambial no próximo ano.
Sobre a taxa de juro, o Itaú vê a Selic permanecendo em 2,0% até perto do fim de 2021, quando seria elevada para 3,0%. "Há risco, no entanto, na ausência de uma solução satisfatória para o dilema fiscal do Brasil, de alta antecipada", concluiu o banco.