(Adriano Machado/Reuters)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 11 de julho de 2023 às 10h50.
Última atualização em 11 de julho de 2023 às 10h53.
O resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que registrou deflação de 0,08%, consolida as apostas de queda de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 1 e 2 de agosto. A projeção da autoridade monetária para a inflação do mês passado é idêntica ao dado efetivo e foi divulgada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Além disso, o resultado do IPCA de junho corroborou a sinalização do BC de um "processo desinflacionário que tende a ser mais lento". Mesmo com deflação no mês, a variação de preços de serviços continua em alta.
"O quadro qualitativo da inflação foi pior que o antecipado por nós, com serviços mostrando uma dinâmica ainda longe de dar conforto adicional para o Banco Central. Desta forma, mantemos nossa projeção de que de juros de 0,25 ponto percentual em agosto", afirmou o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha. ]
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, disse que além do resultado cheio do IPCA, outra boa notícia foi o comportamento dos núcleos de inflação, que apresentou variação média de 0,20% em junho, influenciada pela redução dos preços de bens industriais. Segundo ela, o resultado do índice de difusão, que ficou abaixo de 50%, também indica que a dinâmica inflacionária segue positiva.
"Por outro lado, a inflação de serviços voltou a acelerar em junho, registrando alta de 0,62%. Parte dessa alta se deve ao comportamento das passagens aéreas, que teve variação positiva de quase 11%, no entanto, mesmo excluindo esse item, vemos que a inflação de serviços foi de 0,46%, acima do resultado de maio. Dado o resultado, vemos o caminho aberto para o início do ciclo de cortes na reunião de agosto, mas o debate entre um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual deve continuar", afirmou.