Inflação: resultado veio abaixo da expectativa do mercado (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 7 de junho de 2023 às 09h04.
Última atualização em 7 de junho de 2023 às 09h30.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de maio com alta de 0,23%, desaceleração após a alta de 0,61% em abril. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 7, pelo IBGE.
A inflação acumulada em 12 meses segue em seu menor patamar em mais de dois anos. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,33% no último mês.
O dado aumenta a pressão para que o Banco Central comece a redução da taxa de juros. Economistas reduziram nos últimos meses suas expectativas de inflação para este e o próximo ano. No último Boletim Focus, a projeção mediana para o IPCA de 2023 caiu para 5,69%, em comparação aos 6,02% registrados quatro semanas atrás. Já para 2024, a projeção caiu de 4,16% para 4,12%.
Segundo o IBGE, os grupos de Transportes (-0,57%) e de Artigos de residência (-0,23%) foram os únicos a registrarem queda no IPCA de maio. No primeiro, destacam-se as reduções nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%). Em maio, a Petrobras mudou a política de preços dos combustíveis e reduziu o valor do diesel, gasolina e gás de cozinha.
A queda de 0,38% do índice em maio também foi influenciada pelo resultado do grupo de Alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, explica André Almeida, analista da pesquisa.
Entre os demais seis grupos, todos apresentaram alta nos preços em maio. A inflação em Saúde e cuidados pessoais teve o maior impacto no índice e a maior variação (0,93%) com destaque para plano de saúde (1,20%) e itens de higiene pessoal (1,13%), com influência para a alta de perfumes (3,56%). Também os medicamentos, com alta de 0,89%, contribuíram para o resultado, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos remédios, a partir de 31 de março.