Inflação em setembro tem menor alta desde julho de 2014
Em relação aos meses de setembro, não há registro de IPCA mais baixo desde 1998, quando ficou em -0,22%. Em setembro de 2015, a taxa foi de 0,54%
Anderson Figo
Publicado em 7 de outubro de 2016 às 11h22.
São Paulo - A inflação no Brasil foi de 0,08% em setembro, divulgou nesta sexta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).
É uma desaceleração considerável em relação ao aumento de preços registrado em agosto (0,44%) e é também a menor taxa desde julho de 2014, quando o índice subiu 0,01%.
Em relação aos meses de setembro, não há registro de IPCA mais baixo desde 1998, quando ficou em -0,22%. Em setembro de 2015, a taxa foi de 0,54%.
Isso leva o acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) nos últimos 12 meses para 8,48%. Só nos nove primeiros meses de 2016 a inflação já subiu 5,51%.
O resultado acumulado até agora neste ano está acima do centro da meta do governo para a inflação, de 4,5%, mas dentro da margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O objetivo do Banco Central é conseguir trazer a inflação para o centro da meta já em 2017, por isso o ritmo de desaceleração dos preços influencia na decisão de corte de juros ( Selic ).
"O Comitê avalia que uma flexibilização das condições monetárias dependerá de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação nos horizontes relevantes para a condução da política monetária, em particular da meta de 4,5% em 2017", disse o BC na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de agosto, que foi publicada no início deste mês.
Segundo a versão mais recente do Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (3), o mercado espera que a Selic termine 2016 em 13,75% ao ano —atualmente, a taxa está em 14,25%.
Os economistas projetam um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do Copom de outubro (nos dias 18 e 19) e outro corte de 0,25 ponto percentual no último encontro da autoridade monetária nacional neste ano, em 29 e 30 de novembro.
Alívio dos alimentos
O maior responsável pela desaceleração da inflação de um mês para o outro foi o grupo Alimentação e Bebidas, o de maior peso no índice, que passou de 0,30% em agosto para -0,29% em setembro.
A batata inglesa e o leite foram os dois itens que tiveram as quedas de preço mais expressivas no mês, de 19,24% e 7,89%, respectivamente.
Dos nove grupos monitorados pelo IBGE, somente três mostraram aceleração no ritmo de aumento de preços: Habitação (de 0,30% em agosto para 0,63% em setembro), Vestuário (de 0,15% para 0,43%) e Comunicação (de -0,02% para 0,18%).
Veja o desempenho de todos os grupos abaixo:
Grupo | Variação agosto, em % | Variação setembro, em % |
---|---|---|
Índice Geral | 0,44 | 0,08 |
Alimentação e Bebidas | 0,30 | -0,29 |
Habitação | 0,30 | 0,63 |
Artigos de Residência | 0,36 | -0,23 |
Vestuário | 0,15 | 0,43 |
Transportes | 0,27 | -0,10 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,80 | 0,33 |
Despesas pessoais | 0,96 | 0,10 |
Educação | 0,99 | 0,18 |
Comunicação | -0,02 | 0,18 |
Veja o impacto de cada grupo sobre o resultado do índice em setembro:
Grupo | Impacto, em ponto percentual | Impacto, em ponto percentual |
---|---|---|
Índice Geral | 0,44 | 0,08 |
Alimentação e Bebidas | 0,08 | -0,07 |
Habitação | 0,05 | 0,09 |
Artigos de Residência | 0,01 | -0,01 |
Vestuário | 0,01 | 0,02 |
Transportes | 0,05 | -0,02 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,09 | 0,04 |
Despesas pessoais | 0,10 | 0,01 |
Educação | 0,05 | 0,01 |
Comunicação | 0,00 | 0,01 |
O texto foi atualizado às 10h para acrescentar novas informações.