Economia

A inflação deve ficar abaixo do piso no fim do ano?

ÀS SETE - Com a expectativa dos preços desacelerarem, crescem as chances de um fato inédito acontecer: a inflação terminar o ano abaixo do piso da meta

Inflação: Banco Central pode ter que se explicar sobre como deixou o IPCA fechar o ano abaixo dos 3 por cento (Reprodução/Getty Images)

Inflação: Banco Central pode ter que se explicar sobre como deixou o IPCA fechar o ano abaixo dos 3 por cento (Reprodução/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 06h32.

Última atualização em 8 de dezembro de 2017 às 07h37.

A semana cheia de dados econômicos termina com a divulgação da inflação de novembro nesta sexta-feira. A expectativa de economistas é que o IPCA desacelere para 0,35%, ante o 0,42% visto em outubro.

Com o índice de novembro neste patamar, crescem as chances de um fato inédito acontecer: a inflação terminar o ano abaixo do piso da meta.

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O top 5 do Boletim Focus, que reúne a expectativa dos economistas que mais acertam em suas projeções, mostra que a inflação deve fechar o ano em 2,93%.

A meta para o ano é de 4,5%, com o piso em 3% e o teto em 6%. O Banco Central, portanto, pode ter que se explicar sobre como deixou o IPCA fechar o ano abaixo dos 3%.

Desde que o regime de metas entrou em vigor, em 1999, a instituição teve que se explicar quatro vezes, mas as quatro por deixar a inflação passar do teto.

“Isso é um indicativo do quanto o Banco Central foi conservador ao longo do ano e poderia ter sido mais rápido no corte de juros”, diz Luiz Castelli, economista da consultoria GO Associados.

A inflação neste patamar deve permitir que o Comitê de Política Monetária reduza em mais 0,25 ponto percentual a taxa de juros do país, intenção que o comitê divulgou nesta semana.

O corte deve acontecer na reunião de fevereiro do ano que vem e marcar o fim do processo de redução de juros país, que ficaria em 6,75%.

O problema é que ninguém sabe dizer se a inflação ao redor dos 3% e os juros a 6,75% são números transitórios ou permanentes.

Obviamente, isso depende das eleições de 2018 e do compromisso do próximo governo com as reformas econômicas necessárias para fazer a economia girar.

Por enquanto, tudo está incerto. Convém aproveitar agora o raro momento para o país (apesar de, no fim das contas, o juro real continuar alto para os padrões internacionais, na casa dos 4%).

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