Exame Logo

Indústria vê flexibilização do drawback como avanço

Regime permite zerar os tributos na importação de insumos utilizados na produção de bens a serem exportados

Funcionários trabalham em uma linha de montagem na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 19h11.

Brasília - A flexibilização do uso do drawback - um regime que permite zerar os tributos na importação de insumos utilizados na produção de bens a serem exportados - foi comemorada pela indústria brasileira .

A medida foi considerada um avanço e deve servir de incentivo às exportações , além de retirar a incerteza jurídica do processo. Uma portaria publicada nesta quarta-feira, 03, no Diário Oficial da União, desobrigou as empresas de fazerem estoques separados para os insumos que serão utilizadas dentro do regime de drawback.

Veja também

"Sem dúvida, essas novas regras são um avanço e facilitam muito a vida da empresa que quer exportar", afirmou o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Thomaz Zanotto.

"Não tem mais matéria-prima carimbada para exportação. Se a empresa tiver em estoque a matéria-prima, pode usar e depois importa. Não faz diferença desde que a conta feche", afirmou.

A diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Denise Naranjo, explicou que a medida resolve o problema da insegurança jurídica vivida pelas empresas do setor.

Segundo ela, as empresas importam matéria-prima a granel e enfrentam dificuldades de separar em recipientes diferentes do que foi comprado para a produção a ser vendida no mercado doméstico. "É uma questão de estrutura física", disse.

Por conta disso, há muitos questionamentos da Receita Federal durante o processo de comprovação de que os insumos foram agregados em produtos exportados, o que gera atrasos na aprovação do uso do drawback.

Como a medida publicada hoje é retroativa a julho de 2010, Denise acredita que ela resolverá também o problema de processos antigos que estão aguardando aprovação da Receita.

"Resolve os casos que estavam suspensos porque ainda estavam nessa zona cinzenta", explicou. Para a diretora, a medida vai permitir novos negócios e fortalece a competitividade das exportações.

O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que a medida merece aplausos. Segundo ele, os novos procedimentos simplificam a comprovação documental.

Segundo ele, a segregação de estoques gerava uma insegurança sobre a aprovação da operação ou tornava o processo mais demorado. "Essa medida é um dos itens que vão ajudar o Brasil a melhorar o nível de exportação", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorImportaçõesImpostosLeãoPolítica industrial

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame