Governo pode atuar para evitar subida do real
“Ainda é cedo pra saber como isso (QE3) vai rebater na economia mundial. Há análises, expectativas de que isso pressione preços de commodities e o real”, disse Barbosa
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 12h07.
São Paulo - A taxa de câmbio atual (2,03) ainda é uma taxa, historicamente, muito apreciada, segundo Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. A adoção de medidas para conter uma possível apreciação do real não foi descartarda. “Nesse momento, o maior risco é de apreciação do câmbio e vamos tomar as medidas necessárias se isso se materializar”, disse o secretário.
“Estamos em um nível parecido com o de meados de 2008 (...) A taxa de hoje equivale a taxa de 1,56 de 2008. É por isso que o governo atua sim no mercado de câmbio e vai atuar sempre que necessário. Isso não quer dizer que temos meta para taxa de câmbio, mas que não desejamos uma apreciação adicional”, disse durante o 9º Fórum de Economia da FGV, realizado em São Paulo.
Barbosa também falou sobre a possibilidade de uma apreciação do real em decorrência do “quantitative easing 3” (QE3), anunciado na última semana pelo Fed. “Ainda é cedo pra saber como isso (QE3) vai rebater na economia mundial. Há análises, expectativas de que isso pressione preços de commodities e o real”, disse Barbosa.
O governo tem sempre um conjunto de medidas que podem ser adotadas – como já foram – caso ocorra uma apreciação do real, segundo Barbosa.”Medida cambial a gente não anuncia antes. Estamos analisando a situação, aguardando para saber qual será o impacto do QE3 nos mercados”, disse.
Segundo Barbosa, não há uma meta formal para a taxa de câmbio, mas o nível atual ainda é muito apreciado, em termos históricos. “O desafio é evitar excessos, tanto um câmbio muito apreciado como muito depreciado prejudica”, disse.