G20 discute sobretaxas de Trump em Buenos Aires
ÀS SETE - A pauta seria o financiamento de infraestrutura e os desafios das criptomoedas, mas a decisão do presidente mudou o direcionamento do encontro
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2018 às 06h21.
Última atualização em 19 de março de 2018 às 07h11.
A semana começa com ministros de Finanças dos países membros do G20 se reunindo em Buenos Aires, no primeiro encontro do ano. O encontro reúne 22 ministros de finanças e 17 governadores de Banco Central, além de 10 representantes de organizações internacionais.
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Oficialmente, a pauta dos ministros é o financiamento de infraestrutura, o futuro do trabalho e os desafios por trás das criptomoedas.
Mas, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs sobretaxas sobre aço e alumínio importados, espera-se que a iminência de uma guerra comercial possa estar entre os principais assuntos nos bastidores do encontro.
Adecisão do governo Trump gerou reção de diversas nações, desde a Europa ameaçando taxar bens de consumo americanos, até o Brasil afirmando que poderia entrar com uma ação na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas.
As tarifas em aço e alumínio que vão para os Estados Unidos devem afetar pontualmente a economia mundial, mas o receio dos economistas é que ela dê margem para novas tarifas, de outros países e sobre novos produtos.
A indústria do aço movimenta 2% de toda a economia global e os Estados Unidos são os maiores importadores da commodity: só no ano passado foram 29,1 bilhão de dólares em compras de aço no exterior. Os maiores vendedores são Canadá, Coreia do Sul, México, Brasil e China — todos participantes do evento.
Neste final de semana, o secretário de assuntos internacionais do Departamento de Finanças dos Estados Unidos, David Malpass, erroneamente afirmou que o país havia “descontinuado” o Diálogo Econômico Compreensivo China-EUA, uma longa parceria com o governo chinês. Horas depois ele se retratou e afirmou que o ministro Steven Mnuchin estava em extensos diálogos com a China — país que produz 49% de todo o aço do mundo.
A confusão serviu para mostrar que, na economia, as tensões são latentes quando se fala de Estados Unidos.