Economia

FMI prevê que Brasil voltará a ter superávit apenas em 2017

Segundo fundo, depois de obter déficit primário de 0,6% do PIB no ano passado, o Brasil encerrará o ano com déficit de 0,4%


	Sem dinheiro: resultado fiscal vai piorar em 2016, com déficit de 0,9%, e só voltará a ficar positivo em 2017
 (Thinkstock)

Sem dinheiro: resultado fiscal vai piorar em 2016, com déficit de 0,9%, e só voltará a ficar positivo em 2017 (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 20h29.

Brasília - Os resultados negativos nas contas públicas continuarão a se repetir, estimou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No relatório Monitor Fiscal, divulgado hoje (8) na abertura da reunião do órgão em Lima, no Peru, o FMI prevê que somente a partir de 2017 o país voltará a registrar superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

De acordo com o FMI, depois de obter déficit primário de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) no ano passado, o Brasil encerrará o ano com déficit de 0,4%.

O resultado fiscal vai piorar em 2016, com déficit de 0,9%, e só voltará a ficar positivo em 2017, com superávit de 0,8%.

Pelas estimativas do fundo, o superávit subirá para 2% do PIB em 2018 e alcançará 2,5% em 2019 e 2020.

Oficialmente, a meta de superávit primário para 2015 será de 0,15% do PIB – dos quais 0,10% para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) e 0,05% para estados e municípios.

Para o próximo ano, o governo tinha encaminhado ao Congresso, no fim de agosto, um Orçamento com déficit primário de R$ 30,5 bilhões, mas, em setembro, comprometeu-se com uma meta de superávit de R$ 34,4 bilhões (0,7% do PIB).

O ajuste depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um pacote de corte de gastos e de criação de tributos como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.

O relatório do FMI usou como base a proposta original de orçamento, com déficit, para estimar o resultado primário em 2016.

“As projeções [para o Brasil] em 2015 levam em conta o desempenho do Orçamento até agosto de 2015, medidas de ajuste aprovadas pelo Congresso e a proposta de Orçamento anunciada pelo governo em 31 de agosto de 2015. Em outros anos [2017 em diante], as projeções são consistentes com os objetivos anunciados de superávit primário”, esclareceu o documento.

Segundo o Monitor Fiscal, a sequência de déficits primários fará a dívida pública cair somente a partir de 2020. Pelas projeções, o Brasil, que encerrou 2014 com endividamento bruto em 65,2% do PIB, chegará ao fim deste ano com o indicador em 69,9% do PIB.

A dívida pública bruta subirá para 74,5% do PIB em 2016, 75,8% em 2017, 76,5% em 2018 e 76,7% em 2019, caindo para 76,1% no ano seguinte.

Principal indicador de estabilidade fiscal de um país, o superávit primário representa o esforço fiscal do governo para pagar os juros da dívida pública. A economia de recursos, no médio e no longo prazos, impede que o endividamento de um país fuja do controle.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCrise econômicaDéficit públicoeconomia-brasileiraFMIPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor