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FGV: altas sazonais e atípicas explicam IGP-M maior

Elevações de preços não esperados e efeitos do período impulsionaram o índice

Um aumento já esperado pelo mercado era dos preços de vestuário (Christopher Furlong/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2011 às 12h38.

Rio de Janeiro - Aumentos de preços mais "espalhados" no varejo comandaram a taxa maior da primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que saltou de 0,55% na primeira prévia de abril para 0,70% na de maio. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a inflação percebida pelo consumidor na primeira prévia de maio foi composta por uma combinação de aumentos de preços sazonais, esperados para esta época do ano, com elevações atípicas de produtos de peso no cálculo da inflação varejista.

Entre os aumentos já esperados pelo mercado estão altas nos preços de vestuário, devido à chegada das novas coleções nas lojas; reajustes nos preços de medicamentos e de tarifa de energia elétrica residencial. Ao mesmo tempo, o especialista da fundação observou que a inflação varejista está sendo pressionada pela continuidade de aumentos nos preços dos combustíveis, que não deveriam estar ainda subindo de forma tão intensa nesta época do ano; e pela nova disparada nos preços dos alimentos, principalmente dos itens in natura. "Este 'espalhamento' nos aumentos de preços no varejo não é normal para esta época do ano", admitiu o especialista.

Um dos itens que está contribuindo de forma expressiva para elevar a inflação varejista é a gasolina, cuja elevação de preços saltou de 2,20% para 6,20% da primeira prévia de abril para igual prévia em maio. O técnico da fundação lembrou que o combustível está mais caro devido à disparada nos preços do álcool no atacado - visto que a gasolina conta com álcool em sua formação.

"O preço do álcool subiu muito devido à redução de oferta, causada pelo período de entressafra da cana", lembrou o especialista. "Mas normalmente nesta época do ano, em que começa a safra da cana, os aumentos nos preços de álcool no atacado tornavam-se de menor magnitude do que os que estamos experimentando agora", disse. Ele acrescentou que, mesmo com sinais de desaceleração, o ritmo de reajuste no preço do álcool ainda continua muito acelerado no atacado. Da primeira prévia de abril para igual prévia em maio, a inflação do álcool etílico anidro passou de 31,12% para 21,46%.

No entanto, Quadros fez uma ressalva. Algumas quedas e desacelerações de preços no atual cenário do atacado podem ajudar a conter, em parte, avanços nos preços junto ao consumidor nos próximos meses. Quadros explicou que vários itens agrícolas com cadeia longa de derivados no setor de alimentação varejista estão em queda no atacado. Ou seja: estas reduções podem ser repassadas para o consumidor, ajudando a diminuir a intensidade de acelerações de preços no varejo. É o caso de carnes bovinas, que mostraram queda de 5,24% no atacado, na primeira prévia do IGP-M de maio. "Isso, em algum momento, vai ser repassado para as carnes no varejo", completou o especialista.

Construção

Quadros também alertou que a aceleração da inflação na construção civil apurada pelo Índice Nacional do Custo da Construção - Mercado (INCC-M) deve continuar no curto prazo. Ele fez o comentário ao ressaltar a taxa maior do INCC-M na passagem da primeira prévia do IGP-M de abril para igual prévia do mesmo indicador em maio, de 0,23% para 0,94%. "Este movimento foi causado por reajustes nos preços de mão de obra na construção, que costumam ser realizados nesta época do ano e ainda não acabaram", explicou.

Quadros comentou que, normalmente nesta época do ano, os indicadores inflacionários na construção costumam subir de forma mais intensa, devido aos reajustes salariais no setor. Segundo o especialista, a primeira prévia do IGP-M deste mês absorveu os reajustes nos preços de mão de obra de Rio de Janeiro e de Salvador. No entanto, o reajuste nos preços da mão de obra em São Paulo, na construção, ainda não foi captado pelo indicador.

"É importante lembrar que a coleta de preços para a primeira prévia de maio foi realizada entre os dias 21 e 30 de abril. O reajuste em São Paulo, que entrou em vigor em maio, vai ser captado pelas próximas apurações do IGP-M, na segunda prévia do indicador e no fechamento", afirmou o especialista. Ele acrescentou que isso deve contribuir para puxar para cima o desempenho fechado do IGP-M de maio.

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Entre os aumentos já esperados pelo mercado estão altas nos preços de vestuário, devido à chegada das novas coleções nas lojas; reajustes nos preços de medicamentos e de tarifa de energia elétrica residencial. Ao mesmo tempo, o especialista da fundação observou que a inflação varejista está sendo pressionada pela continuidade de aumentos nos preços dos combustíveis, que não deveriam estar ainda subindo de forma tão intensa nesta época do ano; e pela nova disparada nos preços dos alimentos, principalmente dos itens in natura. "Este 'espalhamento' nos aumentos de preços no varejo não é normal para esta época do ano", admitiu o especialista.

Um dos itens que está contribuindo de forma expressiva para elevar a inflação varejista é a gasolina, cuja elevação de preços saltou de 2,20% para 6,20% da primeira prévia de abril para igual prévia em maio. O técnico da fundação lembrou que o combustível está mais caro devido à disparada nos preços do álcool no atacado - visto que a gasolina conta com álcool em sua formação.

"O preço do álcool subiu muito devido à redução de oferta, causada pelo período de entressafra da cana", lembrou o especialista. "Mas normalmente nesta época do ano, em que começa a safra da cana, os aumentos nos preços de álcool no atacado tornavam-se de menor magnitude do que os que estamos experimentando agora", disse. Ele acrescentou que, mesmo com sinais de desaceleração, o ritmo de reajuste no preço do álcool ainda continua muito acelerado no atacado. Da primeira prévia de abril para igual prévia em maio, a inflação do álcool etílico anidro passou de 31,12% para 21,46%.

No entanto, Quadros fez uma ressalva. Algumas quedas e desacelerações de preços no atual cenário do atacado podem ajudar a conter, em parte, avanços nos preços junto ao consumidor nos próximos meses. Quadros explicou que vários itens agrícolas com cadeia longa de derivados no setor de alimentação varejista estão em queda no atacado. Ou seja: estas reduções podem ser repassadas para o consumidor, ajudando a diminuir a intensidade de acelerações de preços no varejo. É o caso de carnes bovinas, que mostraram queda de 5,24% no atacado, na primeira prévia do IGP-M de maio. "Isso, em algum momento, vai ser repassado para as carnes no varejo", completou o especialista.

Construção

Quadros também alertou que a aceleração da inflação na construção civil apurada pelo Índice Nacional do Custo da Construção - Mercado (INCC-M) deve continuar no curto prazo. Ele fez o comentário ao ressaltar a taxa maior do INCC-M na passagem da primeira prévia do IGP-M de abril para igual prévia do mesmo indicador em maio, de 0,23% para 0,94%. "Este movimento foi causado por reajustes nos preços de mão de obra na construção, que costumam ser realizados nesta época do ano e ainda não acabaram", explicou.

Quadros comentou que, normalmente nesta época do ano, os indicadores inflacionários na construção costumam subir de forma mais intensa, devido aos reajustes salariais no setor. Segundo o especialista, a primeira prévia do IGP-M deste mês absorveu os reajustes nos preços de mão de obra de Rio de Janeiro e de Salvador. No entanto, o reajuste nos preços da mão de obra em São Paulo, na construção, ainda não foi captado pelo indicador.

"É importante lembrar que a coleta de preços para a primeira prévia de maio foi realizada entre os dias 21 e 30 de abril. O reajuste em São Paulo, que entrou em vigor em maio, vai ser captado pelas próximas apurações do IGP-M, na segunda prévia do indicador e no fechamento", afirmou o especialista. Ele acrescentou que isso deve contribuir para puxar para cima o desempenho fechado do IGP-M de maio.

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