Economia

Exportações brasileiras ultrapassam os US$ 9 bi em junho

Animado por saldo mensal próximo de US$ 4 bi, Furlan já fala em "problema positivo": como administrar o crescimento

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

O comércio exterior brasileiro bate recorde após recorde, e aliado a uma retomada do mercado interno, demonstrada pelo perfil das importações, sustenta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 4% em 2004. São as conclusões do anúncio feito nesta quinta-feira (1º/7) pelo ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, dos resultados da balança comercial em junho e no primeiro semestre de 2004.

O país exportou em junho 9,327 bilhões de dólares, o maior volume mensal da história, atingindo um saldo positivo de 3,81 bilhões, também recorde. As importações totalizaram 5,517 bilhões, o maior valor do ano. No primeiro semestre, as vendas externas foram de 43,306 bilhões de dólares, as compras do exterior somaram 28,257 bilhões e o superávit acumulado atinge 15,049 bilhões.

De acordo com Furlan, a persistência do avanço do comércio externo se dá graças a aumento de volumes, abertura de novos mercados, diversificação de produtos e preços internacionais mais altos. Quanto às importações, a equipe do ministério avalia que seu perfil no mês de junho revela maior demanda por bens ligados à atividade produtiva, indicando a retomada dos investimentos e da recuperação da economia.

Inércia positiva

"É por isso que eu venho desafiando meu colega Palocci. Acho que vamos passar dos 4% de crescimento do PIB em 2004 e ele vai ter um problema positivo: como fazer para não passarmos dos 5%", afirmou Furlan (nesta manhã o ministro da Fazenda manteve a projeção oficial de crescimento de 3,5% do PIB neste ano). A estimativa de Furlan é fechar 2004 com um total de 88 bilhões de dólares em exportações e 60 bilhões em importações. "O saldo de 28 bilhões é otimista. É que há uma inércia positiva." O ministério, inclusive, já estaria preocupado em remover gargalos em portos, aeroportos e seus acessos.

As exportações em junho são 17,5% maiores do que as de maio e 51,2% superiores às de mesmo mês do ano passado. No caso das importações, os avanços são de 14,4% e 49,2%, respectivamente. Os principais países de destino das exportações em junho foram os Estados Unidos (+34,1% sobre junho de 2003), China (+92,9%) e Argentina (+67,5%).

"Nossa equipe é pragmática, não há emoção. Não tem Sul-Sul, Norte-Sul, é só negócio", disse Furlan. Questionado se tal declaração representaria um contraponto à atuação do Ministério das Relações Exteriores, Furlan negou. "Só quero dizer que não é minha função tirar atestado de antecedentes de qualquer país. Se cria emprego aqui, nós vamos lá. Se tiver que mandar missão para o Iraque, vamos mandar."

Corrente

No acumulado dos últimos 12 meses, a corrente de comércio foi a mais alta de todos os tempos. O total importado mais o total exportado chegou a 137,323 bilhões de dólares. De acordo com o ministério, produtos importantes da pauta de exportações apresentaram elevações acentuadas de preços internacionais de junho de 2003 para o mês passado, o que contribui decisivamente para o resultado da balança. Os que mais se destacaram foram petróleo (53,9% de aumento), semimanufaturados de ferro e aço (52%), carne suína (41,1%) e farelo de soja (38,9%).

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