Economia

Expectativa de manutenção dos juros, aqui e nos EUA

Por aqui, a avaliação geral é que, com a economia patinando, não há pressão sobre os preços

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: alta da inflação de junho, para a instituição, foi causada pela greve, e não por motivos estruturais (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: alta da inflação de junho, para a instituição, foi causada pela greve, e não por motivos estruturais (Adriano Machado/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 06h53.

Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 07h35.

O Banco Central brasileiro e seu equivalente americano, o Federal Reserve, anunciam hoje suas decisões sobre as taxas de juros. Por razões diferentes, a expectativa é que os juros sejam mantidos nos dois países.

Por aqui, a avaliação geral é que, com a economia patinando, não há pressão sobre os preços. O aumento recente da inflação – o IPCA de junho ficou em 1,26%, o maior índice para o mês desde 1995 – foi causado, na opinião da maioria dos analistas, pelo desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros e não deve persistir. Não haveria, portanto, por que aumentar os juros.

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A projeção média do mercado financeiro indica que a taxa Selic deve continuar em 6,5% até dezembro. Poderia subir apenas em 2019 – por motivos bons ou ruins. Se o próximo presidente acertar a mão, a economia poderia voltar a crescer, pressionando os preços, o que justificaria a elevação dos juros. Caso o novo governo seja uma decepção, o real tende a desvalorizar, pressionando os preços, o que justificaria a elevação dos juros.

Nos Estados Unidos, a economia está crescendo, mas a inflação está sob controle, ao menos por enquanto. O Fed elevou os juros em março e junho, e os analistas consideram uma nova alta improvável agora. Ontem, foi divulgado o índice de inflação PCE, que é monitorado pelo Fed e serve de subsídio para suas decisões de política monetária. O núcleo do índice ficou em 1,9% em junho, enquanto a meta do Fed é de 2%. “Ou seja, no curto prazo, não vemos grandes pressões inflacionárias”, diz um relatório da empresa de investimentos Guide.

A reunião do Fed acontece pouco depois de o presidente Donald Trump ter dado mais uma escorregada ao falar sobre a condição da política monetária americana. Ele criticou a atuação do Fed, dizendo que o aumento de juros valorizava demais o dólar e tornava as exportações do país menos competitivas.

É pouco provável que a insatisfação de Trump tenha alguma influência sobre as decisões do Fed. Os economistas esperam ao menos mais uma elevação dos juros até o fim do ano, já que a retomada da economia deve acabar provocando aumentos de preços.

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