Economia

EUA, China e Brasil: a guerra comercial avançará?

ÀS SETE - EUA e China se encontrarão hoje para discutir os rumos das negociações comerciais entre os países

Donald Trumo e Xi Jinping: Pentágono rejeitou confirmar a informação por "motivos de segurança" (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trumo e Xi Jinping: Pentágono rejeitou confirmar a informação por "motivos de segurança" (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2018 às 06h49.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 07h20.

Os governos dos Estados Unidos e da China se reúnem nesta quinta-feira para tratar sobre negociações comerciais e a expectativa é que as conversas afastem a possibilidade de uma guerra comercial do horizonte.

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Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, foi quem anunciou a reunião, que ocorrerá hoje e amanhã. Segundo o porta-voz americano, a conversa pretende levantar as questões sobre os desequilíbrios comerciais, direitos de propriedade intelectual e tecnologia conjunta forçada, além de joint ventures com as autoridades chinesas.

Desde que Donald Trump anunciou a implementação de tarifas sobre o alumínio e o aço importado – commodity cuja China é o maior produtor do mundo-, no dia 8 de março, o país iniciou uma batalha comercial com o país asiático. As “armas” dos dois países são as ameaças tarifárias.

No fim de março, o líder americano reiterou a ameaça afirmando que também colocaria taxas de 60 bilhões de dólares sobre produtos chineses. Os chineses rebateram o anúncio, informando que irão sobretaxar cerca de 128 bens de consumo fabricados nos Estados Unidos em até 25%.

As justificativas giram em torno da proteção da produção dos países. Para Trump, a propriedade intelectual americana tem sido “roubada” pelos chineses, que lucram com as inovações que não são suas.

Segundo o governo americano, a transferência de tecnologia forçada e limitações ao investimento estrangeiro em algumas áreas nos Estados Unidos criaram um déficit orçamentário de mais de 50 bilhões de dólares.

O problema é que os chineses veem suas políticas sobre tecnologia como uma reação necessária ao aumento dos custos trabalhistas locais e como proteção contra as restrições dos EUA à exportação de alta tecnologia para a China.

Mnuchin informou que o presidente dos Estados Unidos ainda não tomou uma decisão sobre se vai isentar outros países das tarifas sobre aço e alumínio, podendo acalmar os ânimos de alguns países, mas mantendo em dúvida a relação comercial do país com a China.

Ontem, siderúrgicas brasileiras afirmaram que, na falta de alternativas, preferem que sejam impostas cotas de exportação do que sobretaxas, o que poderia derrubar os volumes de aços semiacabados em 7,4% e de produtos acabados em até 60%. Não há dia certo para as restrições serem impostas ao Brasil.

Tanto brasileiros quanto chineses esperam que as ameaças sejam apenas uma estratégia do governo Trump para negociar em condições mais favoráveis a ele. Para Trump, das ameaças de Kim Jong-un ao mercado de aço, o mundo é uma grande mesa de negociações. E blefar é parte do jogo.

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