Espanha garante que resgate não é urgência
Espanha insistiu que não está na agenda o hipotético pedido de um resgate à União Europeia; e afirmou que aguardará detalhamento do Banco Central Europeu
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 21h43.
Bruxelas - O governo espanhol garante que a possibilidade de pedir ajuda financeira à União Europeia (UE) não é uma urgência e que para adotar uma decisão definitiva é preciso esperar que o Banco Central Europeu (BCE) tenha perfeitamente definido o instrumento para a compra de bônus.
Assim ressaltaram hoje fontes do Executivo espanhol em Bruxelas, onde o chefe do governo, Mariano Rajoy, participa da reunião do Conselho Europeu.
No encontro a delegação espanhola insistiu que não está na agenda o hipotético pedido de um resgate por parte da Espanha, e que o que interessa na reunião da capital belga é avançar no cumprimento de acordos adotados em junho como a união bancária.
Mas, independente disso, o governo reitera que não há nenhuma urgência em adotar uma decisão a esse respeito, e aponta como prova disso a colocação de dívida que aconteceu hoje na Espanha.
Nesta quinta, o Tesouro espanhol colocou 4,614 bilhões de euros em várias emissões, e pagou menos que em leilões anteriores, especialmente na de dívida a dez anos, na qual a rentabilidade foi a mais baixa desde janeiro.
O Executivo de Rajoy segue esperando conhecer antes todos os detalhes do instrumento do BCE para a compra de dívida para tomar uma decisão sobre o pedido de ajuda à UE.
O governo minimiza a importância do fato de alguns dos líderes europeus de outros países terem feito hoje declarações sobre o possível pedido de resgate por parte da Espanha.
O presidente francês, François Hollande, confiou poder esclarecer com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, os detalhes do mecanismo de ajuda criado para que Espanha possa melhorar suas condições de financiamento.
Por sua parte, Merkel assegurou hoje perante o Parlamento alemão que a eventual decisão de pedir ou não o resgate por parte da Espanha corresponde "exclusivamente" ao governo de Rajoy.
Além disso, as fontes do Executivo espanhol assinalaram que não tem relação alguma a decisão sobre o pedido de ajuda com a existência de um acordo para conseguir o mais rápido possível a criação de um supervisor único bancário.