Economia

Crédito segue em alta no Brasil, apesar de custo elevado

Brasília - O crédito total disponibilizado pelos bancos brasileiros cresceu 2,1 por cento em maio e alcançou o volume recorde de 1,3 trilhão de reais. A expansão ocorreu a despeito de um encarecimento dos empréstimos, mostrando que o aperto monetário ainda não desaqueceu o que tem sido um dos grandes motores da atividade. O estoque […]

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2010 às 14h37.

Brasília - O crédito total disponibilizado pelos bancos brasileiros cresceu 2,1 por cento em maio e alcançou o volume recorde de 1,3 trilhão de reais. A expansão ocorreu a despeito de um encarecimento dos empréstimos, mostrando que o aperto monetário ainda não desaqueceu o que tem sido um dos grandes motores da atividade.

O estoque de crédito somou o equivalente a 45,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no mês passado, informou o Banco Central nesta quarta-feira. O BC prevê que essa relação siga aumentando e feche o ano em 48 por cento --mas destacou que o ritmo de alta não preocupa.

"A trajetória de crescimento do crédito prossegue de forma compatível com o dinamismo da atividade econômica e com a manutenção de indicadores positivos no mercado de trabalho, elementos que continuam impulsionando projetos de investimento e gastos de consumo", destacou o BC em comunicado.

Em meio a preocupações com um superaquecimento da economia, o BC elevou a taxa básica de juro em 1,5 ponto percentual desde o final de abril .

"Os efeitos da política monetária mais apertada devem demorar a se fazer sentir sobre o crédito, começando a ocorrer de forma mais importante no último trimestre do ano", avaliou a consultoria Rosenberg & Associados em relatório.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que, em um primeiro momento, as instituições conseguem contornar parte do efeito da elevação do juro aumentando os prazos dos financiamentos oferecidos aos clientes. "Mas há um limite para isso", disse.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos subiu 0,6 ponto percentual ante abril, para 34,9 por cento ao ano.

Esse encarecimento refletiu a elevação dos custos de captação dos bancos, uma vez que o spread bancário ficou quase estável. O spread --que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores finais-- teve alta de 0,1 ponto, a 23,9 pontos percentuais.

Para as pessoas físicas, o juro médio aumentou 0,4 ponto percentual, para 41,5 por cento ao ano. No caso das empresas, a alta foi de 0,7 ponto, a 27 por cento ao ano.

Inadimplência

A inadimplência ficou estável em 5,1 por cento em maio pelo terceiro mês e o BC prevê que essa será a tendência do indicador também para os próximos meses.

Segundo Altamir, o emprego e a renda elevados sustentarão os pagamentos em dia, mesmo diante de um encarecimento dos empréstimos.

O BC reviu suas projeções para a alta do crédito de bancos públicos e privados em 2010.

A nova estimativa é que o crédito de bancos públicos cresça 20 por cento no ano, ante elevação de 24 por cento dos bancos privados nacionais e de 9 por cento dos estrangeiros.

O estoque total de crédito deverá ter expansão de 20 por cento no ano, segundo o BC.

Leia mais: Não há bolha no mercado de crédito, diz Banco Fator

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