Economia

Coronavírus fará demanda por petróleo cair pela 1ª vez em mais de 10 anos

AIE prevê uma contração da demanda no primeiro trimestre em 435 mil barris ao dia

AIE: coronavírus altera produção de petróleo (Dominique BERBAIN/Getty Images)

AIE: coronavírus altera produção de petróleo (Dominique BERBAIN/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 11h03.

Londres - A demanda global por petróleo deverá cair nos primeiros três meses do ano - a primeira queda trimestral em mais de uma década - devido à epidemia de coronavírus na China, informou a Agência Internacional de Energia (AIE) em seu relatório mensal nesta quinta-feira.

"As conseqüências do Covid-19 para a demanda global de petróleo serão significativas", disse a agência usando o nome científico do vírus. "Um declínio na demanda é esperado em 435 mil barris por dia (bpd) no primeiro trimestre, o primeiro declínio trimestral em mais de uma década", aponta o relatório.

A AIE também reduziu sua previsão de demanda para 2020 era de 825 mil barris ao dia, 365 mil a menos que na estimativa anterior feita em janeiro, o menor nível desde 2011. Para a agência, a atividade econômica deverá começar a voltar ao normal a partir do segundo trimestre.

No período de abril a junho, a agência espera que a demanda por petróleo cresça 1,2 milhão de barris/dia antes de se normalizar no terceiro trimestre, com um aumento de 1,5 milhão de barris por dia devido às medidas de estímulo econômico que devem ser aprovadas por Pequim.

A agência aponta ainda "uma importante desaceleração do consumo de petróleo e da economia da China em seu conjunto" enquanto persistir o impacto mundial da epidemia. Em 2019, a China representou mais de 75% do crescimento da demanda de petróleo.

"A China foi responsável por cerca de três quartos do crescimento da demanda global no ano passado. Antes do surto de Covid-19, era esperado que impulsionasse um terço do crescimento do consumo de petróleo bruto em 2020.Mas, agora, estimamos que será menor que um quinto ", acrescentou a AIE.

A organização também prevê uma diminuição na demanda por petróleo da OPEP e que o aumento na produção de empresas dos Estados Unidos não seja afetado até o final do ano.

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