Economia

Copom eleva Selic para 13,75% ao ano

BC decidiu manter o ciclo de alta da taxa de juro, iniciado em março de 2021

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 3 de agosto de 2022 às 18h36.

Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 18h44.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira, 3, aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juro, a Selic, de 13,25% para 13,75% ao ano. 

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O aumento era esperado pelo mercado. O Copom havia sinalizado, em comunicado publicado após a reunião de junho, a possibilidade de um novo ajuste, “de igual ou menor magnitude” do que o aprovado naquele mês, também de 0,5%.

Com a decisão, o Copom mantém o ciclo de alta da taxa de juro, iniciado em março de 2021, diante da inflação ainda preocupante. A alta anunciada nesta quarta-feira foi a 12ª consecutiva.

De acordo com o último Boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, 1º, a taxa de juro deve terminar o ano em 13,75%. Alguns analistas, porém, já entendem que haverá mais uma alta em setembro.

O BC passou seis anos sem aumentar a Selic. Entre julho de 2015 e outubro de 2016, a taxa ficou em 14,25% ao ano e, depois, passou a ser reduzida até chegar a 6,5% ao ano, em março de 2018. A partir de agosto de 2019, começou outra fase de reduções, chegando a 2% ao ano em agosto de 2020, com impacto da pandemia de covid-19.

Em março de 2021, pela primeira vez desde julho de 2015, o BC elevou a taxa básica de juro em 0,75 ponto percentual, para 2,75%, e iniciou o ciclo de alta. 

A guerra na Ucrânia deve continuar impactando os preços no Brasil, em especial em relação ao petróleo, ao trigo e aos fertilizantes, itens que tendem a ficar mais caros durante o conflito. A inflação observada nos Estados Unidos também contribui para a volatilidade na cotação do dólar. 

A previsão do último Boletim Focus é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2022 em 7,15%, estimativa mais baixa do que a registrada na semana anterior, de 7,30%. No mês passado, o mercado chegou a projetar 9%.

Apesar da queda, o mercado prevê que o teto da meta será ultrapassado pelo segundo ano consecutivo. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC em 2022 é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ficando entre 2% e 5%. 

O IPCA acumula alta de 5,49% no ano e de 11,89% nos últimos 12 meses. Em junho, a alta foi de 0,67%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

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